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Luz misteriosa no céu de Poços e região era reentrada de satélites na atmosfera

Atualizado em 10/07/2025

Fenômeno chamou atenção de moradores e foi registrado em duas madrugadas consecutivas no Sul de Minas

Foto: Ana Paula.

Moradores de Poços de Caldas e de diversas cidades do Sul de Minas foram surpreendidos por um rastro luminoso no céu durante as madrugadas de quarta (9) e quinta-feira (10). O fenômeno, descrito como uma “luz de fogo”, viralizou nas redes sociais e gerou especulações sobre sua origem. Segundo especialistas, trata-se da reentrada de lixo espacial na atmosfera terrestre.

Entenda o que aconteceu

A cena foi testemunhada por moradores de cidades como Poços de Caldas, Andradas, Caldas, Ipuiúna, Pedralva, Itajubá e Pouso Alegre. Inicialmente confundida com um meteoro ou objeto voador não identificado (OVNI), a luz intensa foi, na verdade, provocada pelo atrito de satélites desativados com a atmosfera, gerando um clarão visível a olho nu.

De acordo com o cientista planetário Marcelo de Cicco, coordenador do projeto Exoss em parceria com o Observatório Nacional, o efeito luminoso ocorre quando o material dos equipamentos — como ligas metálicas e componentes cerâmicos — entra em combustão devido à alta velocidade de reentrada.

“À noite, fica realmente um show luminoso, colorido, devido às características do material e da combustão”, explicou.

Duas reentradas em duas madrugadas

As análises apontaram que os clarões foram causados por dois objetos diferentes. A primeira reentrada ocorreu na madrugada do dia 9 de julho, por volta das 5h50, envolvendo o satélite Starlink 4671, da SpaceX. Já na madrugada do dia 10, por volta das 2h50, foi a vez de um detrito espacial do satélite ILLUMA-T, lançado pela NASA em 1998, cruzar o céu do Sul de Minas.

Segundo Saulo Gargaglioni, coordenador do Observatório do Pico dos Dias, vinculado ao Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), as ocorrências foram distintas e monitoradas em parceria com a Rede Exoss.

“Foram dois episódios diferentes. Os mapas e dados preliminares já indicam possíveis pontos de queda de fragmentos, que devem ser refinados nos próximos dias”, afirmou.

Impacto ambiental e monitoramento

Embora visualmente impressionante, o fenômeno acende o alerta para os riscos ambientais relacionados ao aumento de lixo espacial. Segundo Marcelo de Cicco, embora a quantidade de reentradas ainda seja pequena, há estudos sobre o impacto desses materiais na alta atmosfera.

“Já existem pesquisas que analisam os efeitos da queima de detritos espaciais nas camadas superiores do planeta”, destacou.

O Brasil, atualmente, possui duas estações de rastreamento em parceria com a agência espacial russa Roscosmos e desenvolve seu próprio sistema de monitoramento para acompanhar o crescente tráfego orbital.

Como relatar um fenômeno como esse

Para quem testemunhar fenômenos semelhantes, a orientação é relatar as observações à Rede Exoss, projeto colaborativo de monitoramento de meteoros e reentradas. O formulário online permite que qualquer pessoa descreva o que viu — incluindo local, horário, cor, direção e duração do evento.

Vale lembrar que o site não aceita relatos de objetos com mais de 30 segundos de duração ou luzes piscando, características comuns de satélites e lixo espacial.

Reentradas registradas:

  • 9 de julho, 5h50: Satélite Starlink 4671 (SpaceX)
  • 10 de julho, 2h50: Detrito espacial da nave ILLUMA-T (NASA)

Apesar do espetáculo celeste, não houve registro de danos ou fragmentos que tenham atingido o solo.


📌 Dica: Se você observar algo parecido, registre e contribua com a ciência. Além de ajudar a identificar fenômenos, você participa do monitoramento de lixo espacial, que tem se tornado cada vez mais frequente.

 

Fonte: Com informações de G1.

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