Na última quarta-feira (17), durante uma entrevista ao programa Café Interativo, o primeiro secretário de meio ambiente de Poços de Caldas, o advogado Marcus Vinicius Ferreira de Moraes, destacou a importância do gerenciamento dos resíduos da construção civil (RCC) na cidade.

Marcus Vinicius afirmou que o tema é de extrema relevância e foi um dos primeiros projetos que ele implementou ao assumir a secretaria. Ele relatou sua visita a locais críticos, como a Rodovia Geraldo Martins Costa e a área próxima ao santuário da Mãe Rainha, onde encontrou situações alarmantes de descarte inadequado de resíduos.

“O que eu vi ali, eu não admiti. Achei que era uma aberração. Sinceramente, tive vontade até de passar mal com o que vi ali: restos de televisores, animais, lixo doméstico e hospitalar”, desabafou o secretário.

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Em resposta a essa situação, Marcus Vinicius convocou todas as empresas responsáveis pelo manejo de RCC para uma reunião na secretaria.

“Eu fui muito firme com eles. Eles ficaram até assustados porque eu falei que ia embargar todas as atividades”, relatou.

Apesar do tom severo, ele enfatizou que não se tratava de uma caça às bruxas, mas sim de uma medida necessária para descomissionar a área, devido à sua importância para o turismo religioso, especialmente em torno do santuário da Mãe Rainha e dos diversos hotéis localizados na Rodovia Geraldo Martins Costa.

Além disso, o secretário explicou que para conseguir realizar a recuperação ambiental dessas áreas, foi necessário oferecer algo em troca.

“Mandei minha equipe técnica, meus engenheiros e fiscais ao antigo lixão, onde encontraram uma área anexa, um pouco mais acima, que é virgem e poderia receber esses resíduos. Quando trouxe o pessoal das indústrias de caçamba, deixei claro que precisamos ser parceiros e trabalhar juntos”, disse Marcus Vinicius.

Ele mencionou um projeto de chamamento público, que vence ainda este mês, para que as empresas façam o descomissionamento dessas áreas, utilizando técnicas de remediação para recuperar a paisagem verde.

“Nós vamos ceder parte do antigo lixão, que não está contaminado, em um contrato de concessão para eles. Eles formaram uma cooperativa e vão transferir suas operações para esse local, instalando uma usina de reciclagem. O subproduto dessa reciclagem será, em parte, doado ao município para uso nas secretarias de Obras e Serviço Público, e outra parte será comercializada”, explicou o secretário.

Além de não pagar aluguel, a cooperativa tem a contrapartida de realizar a coleta de todos os resíduos da construção civil das secretarias municipais, autarquias e até da Câmara de Vereadores, sem custo para o município.

“O ganho ambiental maior é o descomissionamento dessas áreas impactadas”, concluiu Marcus Vinicius.

Assista ao programa Café Interativo na íntegra:

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