‘Tiro na alma da democracia’: Waldemarzinho é excluído de grupo e dispara contra direção do MDB em Poços
Atualizado em 05/05/2025

O ex-vereador Waldemar Antônio Lemes Filho, o Waldemarzinho, divulgou neste fim de semana uma nota pública em que denuncia sua exclusão de grupos internos do MDB de Poços de Caldas e faz duras críticas à atual condução do diretório municipal. Na mensagem, ele afirma que não irá se calar diante do que classificou como atitudes autoritárias e conclamou os filiados a lutarem pela democracia interna e pelo direito de escolha dentro da legenda.
Segundo o ex-parlamentar, ele foi removido de um grupo de mensagens do partido, criado por ele há mais de dez anos, com o objetivo de unir os emedebistas da cidade. Waldemarzinho responsabilizou diretamente o atual presidente da Comissão Provisória, Ulisses Borges, a quem acusou de se declarar bolsonarista e atuar politicamente por conveniência, sem princípios ideológicos.
“Sou emedebista desde a criação do partido, há mais de cinquenta anos. Ao contrário de Ulisses Borges, que muda de partido por conveniência, faço política com base em princípios e sempre respeitei a pluralidade de ideias”, afirmou.
A manifestação pública ocorre após decisão recente da Justiça de Minas Gerais, que anulou a Comissão Provisória do MDB local e determinou a realização de convenção municipal para escolha democrática dos dirigentes. A sentença, proferida em fevereiro pela juíza Claudia Aparecida Coimbra Alves, da 11ª Vara Cível de Belo Horizonte, atendeu a um pedido judicial do próprio Waldemarzinho.
Na ação, o ex-vereador denunciou a sucessiva renovação da Comissão Provisória do partido em Poços de Caldas, sem que fossem realizadas eleições, o que violaria o estatuto do MDB. A juíza reconheceu a irregularidade, estabeleceu prazo de 30 dias para a realização da convenção e fixou multa diária em caso de descumprimento.
Ulisses Guimarães Borges se pronunciou sobre o caso
Procurado pela Sulminas TV, o presidente da Comissão Provisória do MDB respondeu:
“Não temos o que comentar. Ele mesmo judicializou o caso em 2023. Agora precisamos aguardar a decisão final, para, aí sim, convocar as convenções do município.”
Confira abaixo a nota pública divulgada por Waldemar Lemes na íntegra:
Nota Pública
“Fui removido de um grupo do MDB — justamente um grupo que eu mesmo criei há mais de dez anos com o propósito de unir e fortalecer os emedebistas de Poços de Caldas. A atitude foi tomada de forma autoritária e silenciosa, por quem se diz democrata, mas age com práticas típicas do que tanto combatemos no passado.
Sou emedebista desde a criação do partido, há mais de cinquenta anos, e sempre defendi posições de centro, respeitando ideologias de esquerda e de direita. Ao contrário de Ulisses Borges, que se declara bolsonarista e defensor da extrema direita, mudando de partido por conveniência e nunca por ideologia. Fez e continua fazendo alianças com grupos fisiológicos, e não com base em princípios. Sua atuação tem contribuído para a destruição do MDB e de outros partidos em Poços de Caldas — uma verdadeira afronta, não só ao MDB local, mas também a todo o sistema democrático e à pluralidade de ideias, deixando prevalecer apenas interesses e projetos pessoais, em detrimento do coletivo e do social.
Sou Presidente de Honra da Associação Nacional dos Vereadores do Brasil, o único mineiro a ocupar assento na presidência. Fui um dos fundadores do MDB, Presidente da Câmara Municipal Constituinte que elaborou a Lei Orgânica de Poços de Caldas, vereador por diversos mandatos e autor de inúmeras leis de cunho social que beneficiaram diretamente a população. Mesmo sem mandato, continuo atuando com força política e reconhecimento, conquistando recursos para Poços e toda a região. Sou, com orgulho, o emedebista com mais mandatos na história de nossa cidade.
O que aconteceu comigo foi uma exclusão triste, autoritária e desumana. E por quê?
Porque ganhei na Justiça o direito de realizar eleições democráticas para o diretório municipal, pondo fim às comissões provisórias que se perpetuam no poder com interesses meramente eleitorais, muitas vezes transformando o partido em uma simples sigla de aluguel, visando apenas ao acesso ao Fundo Partidário. Em vez de cumprir a decisão judicial, optaram por recorrer e pior: passaram a me retaliar e tentar denegrir minha imagem.
Mas, não me calo.
A história do MDB é feita de resistência à ditadura, de luta por liberdade e de defesa da soberania popular. Não aceitaremos calados a tentativa de apagar nossa voz. Isso não é apenas uma afronta pessoal — é um verdadeiro tiro na alma da democracia.
O MDB tem estatuto. Tem base. Tem militância. E tem história. E é essa história que estou aqui para defender — com coragem e dignidade.
Vamos à luta, pela democracia interna e pelo direito legítimo de escolha dos filiados!
Forte abraço a todos os que ainda acreditam no MDB como um instrumento de transformação coletiva e não como propriedade de poucos.”
Waldemar Antônio Lemes Filho — Waldemarzinho
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