Professores de Escolas Particulares de Poços de Caldas Deflagram Estado de Greve e Planejam Mobilizações
Atualizado em 23/05/2025
Os professores das escolas particulares de Poços de Caldas decidiram, em assembleia realizada na noite desta quinta-feira (22), entrar em estado de greve. A medida é um indicativo de que, se as negociações salariais não avançarem, a categoria poderá paralisar as atividades a qualquer momento.
A decisão foi tomada diante da insatisfação com a proposta apresentada pelo sindicato patronal, considerada insuficiente para repor as perdas acumuladas ao longo dos últimos anos. De acordo com dados do Sindicato dos Professores de Minas Gerais (Sinpro Minas), a inflação acumulada entre 2020 e 2025, medida pelo INPC, é de 40,5%. No mesmo período, as mensalidades escolares tiveram alta de 80,85%, enquanto os salários dos professores foram reajustados em apenas 25,36%.
“Nosso sentimento é de indignação. O sindicato patronal não oferece um reajuste que seja digno e compatível com as nossas perdas salariais. São anos de defasagem e sem aumento real”, afirmou a presidenta do Sinpro Minas, Valéria Morato. Ela destacou que, diante da falta de propostas concretas, os professores estão dispostos a lutar por seus direitos.
A diretora Rozana Faro também manifestou preocupação com a postura dos donos de escola.
“Os professores se recusam a aceitar uma proposta que não reconhece o verdadeiro valor do seu trabalho, inclusive sobre cláusulas que sequer têm impacto financeiro para as escolas. Por isso, continuam lutando pelos seus direitos”, reforçou.
Além de decretar o estado de greve, a assembleia definiu estratégias de mobilização para os próximos dias. Entre as ações previstas estão panfletagens na porta das escolas, campanhas de comunicação junto à comunidade escolar e um aulão aberto à população, que será realizado na próxima quarta-feira (28), às 18h, no Coreto da Praça Pedro Sanches, com o tema valorização do professor. Um ato no dia da mediação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) também está programado, já que o Sinpro Minas foi autorizado a solicitar a mediação do tribunal na tentativa de avançar nas negociações.
“Nós precisamos mostrar que nosso trabalho tem valor e essa é a hora. Só vamos ter avanço se estivermos unidos. Participe das atividades e converse com seus colegas. O que reivindicamos é necessário, justo e possível”, convocou o sindicato em comunicado oficial.
Outras atividades de mobilização devem ser definidas ao longo da próxima semana.
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