Samu pode entrar em colapso por falta de repasse adequado do governo federal, alerta consórcio no Sul de Minas
Atualizado em 20/06/2025
Serviço essencial atende 154 municípios e enfrenta risco de interrupção por dificuldade na compra de insumos, equipamentos e combustível
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que atende 154 municípios do Sul e Sudeste de Minas Gerais pode entrar em colapso caso não haja atualização urgente dos valores de repasse do governo federal. O alerta foi feito nesta semana pelo Consórcio Intermunicipal de Saúde da Macro Região do Sul de Minas (Cissul), responsável pela gestão do serviço na região.
De acordo com o consórcio, o valor repassado pela União, que deveria cobrir 50% do custeio, atualmente não chega nem a 27% do total necessário, o que coloca em risco a continuidade dos atendimentos e compromete a aquisição de insumos, equipamentos médicos e até combustível para as ambulâncias.
Falta de materiais pode prejudicar socorro a vítimas
O médico intervencionista Frederico Felix Ali explicou que a insuficiência de recursos afeta diretamente a capacidade de resposta das equipes de emergência.
“A falta de equipamentos de uso único, como tubos endotraqueais, catéteres e medicações, interfere muito. Mesmo com uma equipe altamente treinada, sem o material necessário, não há como realizar os procedimentos”, afirmou.
Segundo ele, essa situação pode comprometer desde atendimentos de urgência até o transporte inter-hospitalar de pacientes graves.
“Se falta material, o atendimento não acontece, e isso pode custar vidas”, alertou.
Defasagem afeta contratos e salários
Além da dificuldade na manutenção da estrutura operacional, a defasagem nos repasses impede o consórcio de acompanhar a inflação e cumprir com os reajustes contratuais e salariais. O secretário executivo do Cissul, Felipe Batista, ressaltou que a situação é insustentável.
“Quando os valores não são atualizados, a gente não consegue arcar com os contratos, com aumentos salariais e com a valorização dos colaboradores. Se isso persistir, a curto prazo podemos não conseguir manter os contratos e isso pode gerar um colapso no estado inteiro”, disse.
Ofício à bancada federal e apelo por reajuste
Diante do cenário, os consórcios mineiros enviaram um ofício à bancada federal de Minas Gerais cobrando providências. Reuniões com o Ministério da Saúde e o governo estadual também foram realizadas para discutir alternativas.
Felipe Batista destacou que, apesar de avanços recentes, como a renovação de frota com 50 viaturas novas em dois anos, o problema estrutural de financiamento persiste.
“Isso foi muito importante, mas infelizmente não é o suficiente. É preciso avançar com urgência na atualização dos repasses para garantir que o serviço continue funcionando”, concluiu.
Atualmente, o financiamento do Samu é dividido entre União (50%), Estado (25%) e municípios (25%). Segundo o Cissul, sem o reajuste, a continuidade do serviço de emergência, essencial para a população da região, fica ameaçada.
Fonte: Com informações de G1.
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Comentário (1)
Consequências do governo do AMOR!!! Espero que quem apoiou a “frente ampla pela democracia” entenda a burrada que fez. Lastimável, inconcebível, uma vergonha