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Ministério Público apura denúncia de contaminação na Represa Bortolan

Atualizado em 20/06/2025

 

 

Represa Bortolan. Foto: Reprodução.

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) instaurou uma notícia de fato para apurar possíveis danos ambientais na Represa Bortolan, em Poços de Caldas. O procedimento teve início após a apresentação de um documento que aponta a ocorrência de degradação ambiental no local, com indícios de poluição por esgoto doméstico e industrial, além de proliferação excessiva de aguapés, assoreamento e prática de pesca ilegal.

Denúncia formal e solicitação de providências

A denúncia foi apresentada pela deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT), que pediu a apuração dos danos ambientais e a identificação dos responsáveis. O documento também solicita a fiscalização da área, o monitoramento da qualidade da água da represa e de seus principais afluentes, além de uma avaliação sobre a eficiência das estações de tratamento de esgoto que operam no município.

“Nesse documento eu faço uma série de solicitações: instalação de procedimento para apuração da responsabilidade ambiental, fiscalização, monitoramento da qualidade da água da represa e de seus principais afluentes, além da avaliação da efetividade das estações de tratamento de esgoto que operam atualmente no município. Não é possível termos informações reiteradas de contaminação e não termos as providências necessárias”, afirmou a deputada.

A situação pode ser facilmente percebida em diversos pontos da represa, onde a grande quantidade de aguapés chama a atenção. Em alguns trechos, a vegetação aquática chega a cobrir a superfície dos ribeirões que deságuam no reservatório.

Especialista aponta indícios de poluição

Para o biólogo e professor da Universidade Federal de Alfenas (Unifal), Thiago Trez, o excesso de aguapés é um indicativo de poluição no ambiente aquático. Segundo ele, essa planta é capaz de absorver coliformes fecais e metais pesados por meio das raízes.

“Isso pode ser decorrente de produtos químicos, fertilizantes, esgoto doméstico ou industrial. Não dá pra afirmar com certeza, mas a região do Bortolan é muito próxima de algumas plantas industriais, o que pode sugerir esse tipo de contaminação”, explicou o especialista.

Dmae contesta denúncia

O Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) rebateu a denúncia e garantiu que a represa não é utilizada para o abastecimento da cidade. O diretor-presidente da autarquia, Paulo César Silva, afirmou que análises de qualidade da água são feitas regularmente e que os laudos atestam boas condições para atividades esportivas, turísticas e pesca.

“A cada três meses são emitidos laudos que atestam boas condições para atividades esportivas, turísticas e até pesca. A represa não recebe esgoto. O Dmae fiscaliza a região. Antigamente tínhamos algumas denúncias, que foram apuradas, os responsáveis notificados e os problemas corrigidos. Hoje, não há esgoto sendo lançado ali”, garantiu.

O diretor reforçou ainda que a principal função da represa é o lazer e a geração de energia, não sendo destinada ao abastecimento da população.

“É preciso entender que aquela é uma área onde há presença de animais, que naturalmente defecam nas margens, mas isso não compromete a qualidade da água”, completou.

Vistoria e providências

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente informou que já tomou conhecimento da denúncia, realizou vistorias na represa e está elaborando um relatório técnico. Segundo a pasta, caso sejam confirmadas irregularidades, serão adotadas as medidas legais cabíveis.

A Fundação Estadual de Meio Ambiente (FEAM) afirmou, por meio de nota, que até o momento não recebeu uma solicitação formal relacionada ao caso.

Fonte: Com informações de G1.

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