Igreja Católica elege novo Papa: cardeal Robert Francis Prevost assume como Leão XIV
Atualizado em 08/05/2025
Por Tathyana Charlanti Vasconcelos

Cidade do Vaticano, 8 de maio de 2025 — A Igreja Católica vive um novo capítulo de sua história. Nesta quinta-feira (8), o cardeal norte-americano Robert Francis Prevost foi eleito Papa durante o conclave realizado na Capela Sistina, no Vaticano. Ele adotou o nome de Leão XIV e se tornou o 267º pontífice da Igreja, sucedendo o Papa Francisco, falecido em 21 de abril, aos 88 anos, vítima de um acidente vascular cerebral.
A eleição foi oficializada após a quarta votação, no segundo dia do conclave, e anunciada com a tradicional fumaça branca que surgiu da chaminé da Capela Sistina às 13h08 (horário de Brasília). Minutos depois, o anúncio oficial foi feito do balcão central da Basílica de São Pedro.
Primeiro Papa dos Estados Unidos
Nascido em Chicago, em 14 de setembro de 1955, Robert Francis Prevost é o primeiro Papa oriundo dos Estados Unidos na história da Igreja Católica. Aos 69 anos, o religioso traz em sua trajetória uma forte ligação com a América Latina. Durante mais de 15 anos, atuou como missionário no Peru, onde também se tornou cidadão peruano. Prevost pertence à Ordem de Santo Agostinho e é reconhecido por sua formação intelectual sólida: estudou Ciências Matemáticas e Teologia, tendo doutorado em Direito Canônico.
Em sua carreira eclesiástica, foi nomeado bispo de Chiclayo, no norte peruano, pelo Papa Francisco em 2014. Já em janeiro de 2023, assumiu o comando do Dicastério para os Bispos, um dos órgãos mais importantes da Cúria Romana, responsável por escolher e supervisionar os bispos do mundo inteiro.
Discurso de unidade e continuidade
Em sua primeira aparição pública como Papa, Leão XIV prestou uma emocionada homenagem a Francisco e afirmou que pretende dar continuidade às reformas e à visão pastoral do antecessor, sobretudo em relação à abertura da Igreja às periferias sociais e geográficas. No discurso, feito inicialmente em italiano e, depois, em espanhol, o novo pontífice se dirigiu de forma especial à comunidade peruana e latino-americana, ressaltando a importância da fé e da solidariedade entre os povos.
“Que o exemplo de meu amado predecessor ilumine este novo caminho que se abre diante de nós. Seremos uma Igreja de portas abertas, sensível às dores e esperanças dos homens e mulheres de nosso tempo”, declarou.
Desafios pela frente
O pontificado de Leão XIV começa em um momento decisivo para a Igreja Católica. Entre os principais desafios estão a continuidade das reformas financeiras e administrativas iniciadas por Francisco, o fortalecimento da transparência institucional, o combate rigoroso aos casos de abuso sexual e a revitalização vocacional em regiões onde há queda acentuada no número de padres.
Outro ponto sensível será manter a unidade da Igreja diante de divergências internas, sobretudo em temas como a ordenação de homens casados, o papel da mulher na Igreja e o acolhimento de pessoas LGBTQIA+.
Analistas religiosos veem a escolha de Leão XIV como uma sinalização de equilíbrio entre a tradição e a renovação.
“Ele é um homem de diálogo, mas também com forte experiência pastoral e administrativa. Isso pode facilitar a continuidade das mudanças que o Papa Francisco iniciou”, avaliou o vaticanista espanhol Pablo Romero.
Repercussão mundial
A eleição de um Papa norte-americano gerou grande repercussão em todo o mundo. Chefes de Estado, líderes religiosos e representantes de diversas organizações manifestaram-se, desejando êxito ao novo pontífice. Nos Estados Unidos, o presidente elogiou a eleição de Prevost como “um sinal de esperança e fraternidade global”. Já no Peru, milhares de fiéis se reuniram na Catedral de Chiclayo para celebrar a escolha.
A expectativa agora se volta para a missa de início de pontificado, que deve ocorrer nos próximos dias, reunindo chefes de Estado e representantes das igrejas cristãs de todo o mundo na Praça de São Pedro.
Com a eleição de Leão XIV, a Igreja Católica inaugura uma nova fase, marcada pela esperança de continuidade das reformas e de uma liderança próxima das comunidades mais necessitadas e atenta aos desafios do século XXI.
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