Câmara de Alfenas cassa mandato de Pedrinho Minas Acontece por agressão e porte ilegal de arma
Atualizado em 22/05/2025

A Câmara Municipal de Alfenas cassou, por unanimidade, o mandato do vereador Pedro Alencar Azevedo (União), conhecido como Pedrinho Minas Acontece. A decisão foi tomada durante uma sessão extraordinária que começou na tarde de quarta-feira (21) e só terminou por volta das 4h desta quinta-feira (22), após mais de dez horas de duração.
Pedrinho, que foi o vereador mais votado da cidade nas eleições de 2020, está preso desde 19 de fevereiro deste ano, acusado de agredir e ameaçar a namorada, de 22 anos, com quem mantinha um relacionamento havia sete meses e morava junto há três. Ele também responde por posse ilegal de arma de fogo e munições.
Defesa apresentada da penitenciária
A sessão de cassação teve momentos inusitados. O ex-parlamentar participou remotamente e falou por cerca de duas horas em sua defesa, diretamente da Penitenciária Professor João Pimenta da Veiga, em Uberlândia, onde está preso há três meses. O relatório final da Comissão Processante foi entregue em 14 de maio, e o presidente da Câmara, Matheus Paccini (PDT), convocou a reunião para votação.
Denúncias de agressão e ameaças
De acordo com o boletim de ocorrência, a vítima relatou que em 25 de janeiro foi agredida e ameaçada pelo então vereador e, na ocasião, avisou que procuraria a polícia. Em 18 de fevereiro, durante uma nova discussão, a jovem tentou gravar as agressões, mas acabou sendo agredida com chutes e teve seus pertences jogados pela janela do sobrado onde moravam.
O advogado da vítima informou que solicitou medida protetiva para garantir a integridade física da jovem.
Inquérito confirmou acusações
No dia 27 de fevereiro, a Polícia Civil concluiu o inquérito e indiciou Pedro Alencar Azevedo pelos crimes de lesão corporal qualificada, ameaça, injúria, posse irregular de munições e porte ilegal de arma de fogo. Exames médicos comprovaram as agressões sofridas pela vítima.
Durante buscas na casa do vereador, a Polícia Militar encontrou munições e entorpecentes. Além disso, o vereador teria descartado uma arma de fogo em um lote vizinho, localizada posteriormente pela Polícia Civil.
Prisão mantida e recursos negados
Desde a prisão, a defesa de Pedrinho Minas Acontece apresentou pelo menos dois pedidos de habeas corpus, argumentando que o vereador era homem trabalhador, de boa índole e que não oferecia riscos à aplicação da lei penal. Os pedidos foram negados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
No fim de abril, os advogados tentaram o relaxamento da prisão, alegando excesso de prazo no andamento do processo. A solicitação foi novamente negada pela juíza da 2ª Vara Criminal e de Execuções Penais da Comarca de Alfenas, que considerou que o processo segue regularmente, sem paralisações indevidas.
Processo segue em segredo de Justiça
Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o caso tramita em segredo de Justiça para preservar a identidade da vítima e demais envolvidos. O último andamento ocorreu no dia 16 de maio, com a apresentação das alegações finais do Ministério Público.
Com a decisão da Câmara de Alfenas, Pedrinho Minas Acontece perde o mandato e fica inelegível, enquanto segue respondendo às acusações na Justiça.
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