Viridis Mining garante apoio de R$ 5 bilhões do governo federal para projeto de terras raras em Minas Gerais
Atualizado em 13/06/2025
Projeto Colossus integra plano estratégico para ampliar produção nacional de minerais críticos e reforçar transição energética
Por Tathyana Charlanti
A Viridis Mining & Minerals, mineradora australiana listada na Bolsa de Valores de Sydney (ASX), foi oficialmente selecionada para receber apoio financeiro do governo brasileiro no âmbito do programa de financiamento estratégico de minerais críticos. A iniciativa, que movimenta R$ 5 bilhões (equivalente a US$ 1,37 bilhão), visa estimular a produção nacional de elementos essenciais para a transição energética e a indústria de tecnologia, com foco em terras raras.
O projeto contemplado é o Colossus, desenvolvido pela Viridis em Minas Gerais, voltado à exploração, refino e reciclagem de minerais estratégicos como neodímio, praseodímio, disprósio e térbio — matérias-primas indispensáveis para a fabricação de turbinas eólicas, veículos elétricos e equipamentos de alta tecnologia.
Financiamento do BNDES e FINEP
O recurso será disponibilizado por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), com aportes previstos na forma de subsídios, financiamentos e, possivelmente, participação estratégica no capital da mineradora.
“Estamos muito satisfeitos por termos sido selecionados pelo BNDES e pela FINEP. Este reconhecimento confirma não apenas a solidez técnica e comercial do projeto Colossus, mas também o papel crescente da Viridis na cadeia global de suprimentos de terras raras”, destacou Rafael Moreno, diretor executivo da Viridis no Brasil.
Primeira cadeia de suprimento fora da China
O projeto Colossus se propõe a estruturar a primeira cadeia de fornecimento de terras raras totalmente integrada fora da China, país que atualmente concentra mais de 80% da produção mundial desses minerais e impõe restrições crescentes às exportações.
Além da atividade mineradora, a Viridis mantém no Brasil, em parceria com a Ionic Rare Earths, a joint venture Viridion, voltada à reciclagem de ímãs permanentes e metais magnéticos. Em maio, a Viridion produziu seu primeiro lote de óxidos de terras raras reciclados de alta pureza, a partir de turbinas eólicas e equipamentos em desuso. O material foi testado no Centro de Inovação e Tecnologia de Minas Gerais (CIT SENAI), em Lagoa Santa.
Projeções financeiras e custos competitivos
Segundo estudo técnico divulgado pela empresa em fevereiro, o projeto Colossus prevê gerar um EBITDA acumulado de US$ 2,28 bilhões (aproximadamente R$ 12 bilhões) ao longo de 20 anos de operação. O EBITDA — sigla para Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization — é um indicador usado para medir o desempenho operacional de uma empresa, representando o lucro antes da dedução de juros, impostos, depreciação e amortização. Ele oferece uma visão mais clara da capacidade de geração de caixa das operações, sem interferências de fatores financeiros e contábeis.
A previsão é que o projeto alcance um EBITDA anual médio de US$ 114 milhões, com destaque para a produção de neodímio e praseodímio, cujos preços giram em torno de US$ 60 por quilo no mercado internacional.
Os custos operacionais estimados são de US$ 6 por quilo de elementos de terras raras, posicionando a operação brasileira como uma das mais competitivas do mundo nesse setor estratégico.
Reservas e próximos passos
O depósito Colossus reúne, além de altas concentrações de neodímio e praseodímio, as maiores reservas medidas e indicadas de disprósio e térbio entre os depósitos de argila iônica já identificados no mundo, além de volumes significativos de samário, gadolínio e ítrio — minerais cuja exportação é restrita pela China.
Atualmente, a Viridis está finalizando um estudo de pré-viabilidade com a consultoria de engenharia Hatch, com entrega prevista ainda para este trimestre. A empresa também trabalha para assegurar licenças ambientais e fechar acordos comerciais de fornecimento com o mercado internacional.
A aprovação da Viridis para o programa coloca a companhia ao lado de outras duas mineradoras australianas, Meteoric Resources e Ionic Rare Earths, igualmente autorizadas a acessar os recursos públicos brasileiros para projetos estratégicos no setor mineral.
Com os investimentos e incentivos do governo federal, a expectativa é que o Brasil amplie sua participação na cadeia global de minerais críticos e reduza a dependência de importações, consolidando-se como um novo polo de terras raras na América Latina.
Fonte: Com informações do site australiano thewest.com.au
Nossos canais de comunicação:
Comentário (1)
Não entendi nada!!!! Vão empreender com o dinheiro deles ou com do pagador de impostos? O governo vai dar isenção de impostos também? ICMS e iSS, por exemplo?? Esse processo exige algum processo de limpeza do minério? Como vai ficar o descarte desses resíduos? Tem lavagem com água? Desculpem a impertinência mas é que isso está parecendo financiamento do governo brasileiro para interesses chineses