Minas Gerais confirma caso de gripe aviária e decreta situação de emergência sanitária animal
Atualizado em 27/05/2025

O governo de Minas Gerais decretou, nesta terça-feira (27), situação de emergência sanitária animal devido ao risco de disseminação da gripe aviária no estado. A medida foi adotada após a confirmação de um caso de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em aves ornamentais na cidade de Mateus Leme, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Segundo informações da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), o caso envolveu dois gansos e um cisne-negro silvestre, mantidos em um sítio particular e sem relação com a produção comercial de frangos e ovos. A prefeitura de Mateus Leme divulgou nota tranquilizando a população, destacando que todas as providências sanitárias foram tomadas e não há motivo para pânico.
O decreto, que tem validade de 90 dias, permite a mobilização de recursos humanos, materiais, financeiros e tecnológicos para ações de vigilância, controle e prevenção da doença. Minas Gerais é o segundo maior produtor de ovos do Brasil e o quinto colocado na criação de galináceos, setores considerados estratégicos para a economia estadual.
Consumo de ovos e carne de frango segue seguro
Apesar da repercussão, autoridades reforçam que a gripe aviária não oferece risco à saúde humana pelo consumo de carne de frango ou ovos. Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), a transmissão ocorre apenas pelo contato direto e prolongado com aves contaminadas ou superfícies infectadas, o que não envolve produtos devidamente inspecionados e comercializados.
Especialistas explicam que o vírus da gripe aviária é sensível ao calor, sendo inativado durante o cozimento adequado de carnes e ovos. Por isso, não há motivo para restrições ao consumo desses alimentos.
Casos e ações preventivas em Minas Gerais
Este não é o primeiro registro da doença no estado. Em 2023, um pato de vida livre da espécie Cairina moschata foi diagnosticado com Influenza Aviária de Baixa Patogenicidade (H9N2), sem risco para humanos.
Como parte das medidas preventivas, o governo estadual realizou em maio o descarte de 450 toneladas de ovos férteis vindos de Montenegro (RS), cidade que registrou o primeiro foco da doença em uma granja comercial no país. Os ovos seriam destinados à produção de aves, não ao consumo humano, e a ação seguiu o Plano de Contingência da Influenza Aviária, implementado em Minas Gerais desde 2022.
A Secretaria de Agricultura segue monitorando criadouros, áreas de preservação e granjas comerciais, além de orientar produtores sobre protocolos de biossegurança.
Gripe aviária no Brasil
O Brasil, maior exportador mundial de carne de frango, tem redobrado os cuidados para evitar a propagação da gripe aviária em estabelecimentos comerciais. Desde a confirmação do primeiro caso em granja no Rio Grande do Sul, autoridades estaduais e o governo federal intensificaram as ações de vigilância e controle, visando proteger o setor produtivo e manter a segurança alimentar.
Denúncias de suspeitas ou mortes de aves silvestres e domésticas devem ser comunicadas imediatamente às autoridades de saúde animal ou pelo canal oficial do Ministério da Agricultura.
Orientações para a população
- O consumo de ovos e carne de frango segue seguro.
- Evite contato com aves doentes ou mortas.
- Comunique casos suspeitos à Defesa Agropecuária.
- Mantenha granjas e criadouros fechados, com controle de acesso.
- Não alimente ou capture aves silvestres.
A gripe aviária, apesar de não oferecer risco alimentar, pode causar impactos econômicos e ambientais severos, reforçando a importância do controle sanitário rigoroso e da colaboração de toda a sociedade.
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