Juros e combustíveis elevam em 4,7% o preço médio do frete em Minas Gerais
Atualizado em 21/02/2025
O preço médio do frete por quilômetro rodado em Minas Gerais aumentou 4,7% em janeiro, alcançando R$ 7,57. O avanço foi impulsionado pela alta do diesel e pelo aumento da taxa básica de juros (Selic), conforme aponta o Índice de Frete Edenred Repom (IFR).
Os valores no Estado ficaram acima da média nacional, que teve uma elevação de 2,35% no período, atingindo um preço médio de R$ 6,97. Paralelamente, o Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL) indicou que o custo do diesel no país subiu 0,48% no tipo comum (R$ 6,23) e 0,64% no tipo S-10 (R$ 6,31).
A alta da Selic também encareceu o crédito e elevou os custos de insumos essenciais para o transporte. Em dezembro, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) elevou a taxa de 11,25% para 12,25% ao ano, e em janeiro houve novo aumento, para 13,25%, reforçando a política monetária contracionista.
Segundo Vinicios Fernandes, diretor da Edenred Repom, a tendência é de continuidade na alta dos preços do frete, especialmente devido à demanda do agronegócio para o escoamento da safra.
“O frete deve continuar subindo, impactado pelo aumento da demanda por transporte no setor. A alta é reflexo do atraso na safra, que tende a concentrar o escoamento da produção em um período mais curto”, explica.
Tributação e aumento do diesel pressionam preços
Outro fator que pode contribuir para novos aumentos no frete é a alta na tributação, como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e a revisão da tabela de frete. No início de fevereiro, o preço médio do diesel em Minas Gerais saltou de R$ 5,96 para R$ 6,29 por litro em uma semana, um aumento de 5,5%. O diesel S-10 subiu R$ 0,34 no mesmo período, alcançando R$ 6,40.
O presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg), Antonio Luis da Silva Junior, ressalta que o setor enfrenta dificuldades com os constantes aumentos no preço do diesel e impostos, agravados pelo escoamento da safra.
“As oscilações no preço do diesel impactam diretamente os custos do transporte, criando um efeito cascata sobre toda a cadeia produtiva”, alerta.
Frete pode subir até 15% até o fim de 2025
Para os próximos meses, a projeção é de novos reajustes. Segundo Antonio Luis da Silva Junior, a reforma tributária e o reajuste salarial acima da inflação podem intensificar a alta dos fretes.
“Estamos diante de uma tempestade perfeita para aumentos expressivos, com o diesel subindo, reajustes salariais e tributação em discussão”, explica.
Outro desafio está na defasagem do setor, estimada entre 13% e 17% pela Associação Nacional dos Auditores de Controle Externo dos Tribunais de Contas (ANTC). Segundo especialistas, essa defasagem precisará ser corrigida, o que pode gerar novos aumentos.
A previsão é de que, até o final de 2025, os fretes tenham um aumento entre 10% e 15%, impulsionados pela alta dos combustíveis, juros e custos operacionais.
Fonte: Com informações de Diário do comércio.
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