Críticas à gestão passada, saúde, mineração e dívidas da Prefeitura marcam entrevista de Flávio Togni no programa Amigo Promotor
Atualizado em 25/04/2025
O vereador Flávio Togni de Lima e Silva (MDB), conhecido como Flavinho, foi o entrevistado do programa Amigo Promotor, apresentado pelo promotor Dr. Glaucir Antunes Modesto, transmitido ontem (24) pela Rádio Estúdio FM e pela SulMinas TV. Ao lado do comentarista político Felipe Popó, Flavinho fez duras críticas à gestão passada, cobrou transparência da atual administração e comentou temas como saúde, dívida pública, mineração, Refis e a polêmica festa promovida pela DME.
Logo no início da entrevista, o vereador afirmou que a atual gestão enfrenta uma “bomba-relógio nas mãos” em razão de problemas herdados do governo anterior.
“Nós estamos apurando todas as dívidas que a Prefeitura possui e já falamos em crimes contra a Lei de Responsabilidade Fiscal. O principal problema não é nem a improbidade, mas o fornecedor, o servidor, a pessoa física que prestou serviço e não recebeu”, afirmou.
Convênio com Salto de Pirapora e denúncias no TCE
Flavinho voltou a tratar do rompimento do convênio com o hospital de Salto de Pirapora, tema que ele denuncia desde 2023. Segundo o vereador, a própria Prefeitura usou suas denúncias como base para a rescisão.
“As irregularidades foram confirmadas pela unidade técnica do Tribunal de Contas, com obras sendo pagas sem comprovação e até medicamentos sendo incluídos de forma indevida”, afirmou.
Ele ainda alertou para a gravidade do caso:
“A forma de contratação fere o Código Penal, com penas de 4 a 8 anos de prisão”.
Marketing político e obras paradas
O parlamentar também criticou a atuação da atual gestão, que segundo ele, “repete a fórmula do marketing” usada pelo ex-prefeito.
“Não adianta fazer vídeo sorridente nas redes sociais dizendo que está tudo bem, se o povo está vendo a cidade suja e as promessas não sendo cumpridas”, disse.
Para ele, a atual administração deve prestar contas com urgência:
“A cidade precisa saber a real situação financeira da Prefeitura antes do segundo semestre, quando a arrecadação de IPTU e IPVA diminui”.
Questionado sobre o Hospital do Câncer, Flavinho revelou que a obra está parada e a empreiteira estaria sem receber.
“Segundo informações, pediram para não emitir nota durante o período eleitoral para não deixar a dívida para o próximo prefeito. Mas a dívida ficou”, criticou.
“Fila zero” e denúncia contra vereador
Durante a entrevista, também foi abordada uma denúncia de que o vereador Kleber Silva teria furado a fila da saúde. Flavinho confirmou que o caso foi encaminhado à Corregedoria.
“Se confirmado, é uma falta muito grave. Temos 600 pessoas esperando só na fila da oncologia. Não dá para aceitar privilégio”, declarou.
Ele também ironizou o discurso da gestão anterior sobre “fila zero”:
“Você faz fila zero quando para de cadastrar novos pacientes. A fila acaba, mas o problema permanece”.
Festa do DME e situação dos servidores
A realização de um jantar para 600 convidados promovido pela DME também foi alvo de críticas. Flavinho classificou o evento como inoportuno.
“Não é hora de festa, é hora de resolver os problemas. Falta até papel higiênico nos órgãos públicos. Os servidores merecem reconhecimento, mas isso não se faz com festa, e sim com valorização e ganhos reais, que não foram dados nos últimos oito anos”, disse.
Mineração e preocupação com impactos sociais
Sobre a audiência pública realizada recentemente na Câmara sobre a mineração de terras raras, o vereador defendeu que o tema exige planejamento.
“É uma grande oportunidade para Poços, mas estamos preparados para receber 2 mil trabalhadores em 10 meses? Saúde, educação, segurança, moradia — nada disso foi planejado ainda. Não podemos repetir o erro da chegada das empresas do governo anterior, que não trouxe a geração de empregos prometida”, alertou.
Refis, aplicativos e Plano Diretor
Flavinho também criticou a prática constante da Prefeitura de enviar projetos de Refis para a Câmara.
“Não pode virar rotina premiar o mau pagador. Quero saber se os que realmente precisam estão sendo beneficiados, ou se estamos apenas alimentando uma cultura de inadimplência estratégica”, afirmou.
Sobre os aplicativos de transporte, disse que a regulamentação ainda não chegou à Câmara, mas que o tema está sendo estudado com cuidado. Já em relação ao Plano Diretor, informou que solicitou o desarquivamento da proposta de Lei de Uso e Ocupação do Solo:
“Precisamos discutir o futuro da cidade para os próximos 50 anos. O projeto está parado desde o final do ano passado”.
Ao final da entrevista, Flavinho reafirmou seu compromisso com a fiscalização e com a população.
“Meu gabinete está aberto para todos. Nosso papel é garantir que o dinheiro público seja bem aplicado e que os serviços cheguem à população com qualidade”, concluiu.
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