Servidores de Poços de Caldas entram em greve; 67 unidades aderem à paralisação
Atualizado em 06/03/2025
A greve dos servidores públicos de Poços de Caldas teve início na quarta-feira, 5 de março, e já conta com a adesão parcial de 67 unidades escolares, de saúde e de outros serviços públicos da cidade. A paralisação não foi total, pois nem todos os profissionais da área pública aderiram ao movimento. A decisão foi tomada durante uma assembleia realizada no dia 27 de fevereiro, no estacionamento do Centro Administrativo, e confirmada pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sindserv).
Reivindicações dos servidores
Os servidores municipais reivindicam um reajuste salarial de 11,8% e um aumento do vale-alimentação para R$ 1.000, alegando a necessidade de recomposição salarial diante da inflação. No entanto, a Prefeitura apresentou uma proposta de reajuste de 5% e um aumento do vale para R$ 770, condicionado à revogação de algumas cláusulas de acordos coletivos anteriores. A oferta foi rejeitada pelos servidores, resultando na deflagração da greve.
Locais que aderiram à greve
Até o momento, 67 unidades de ensino, saúde e outros serviços já aderiram à paralisação. Confira a lista completa:
Educação
- Escola Municipal Dr. Pedro Afonso Junqueira
- Escola Municipal Professor Julio Bonazzi
- Colégio Municipal Dr. José Vargas de Souza
- Escola Municipal Wilson Hedy Molinari
- Escola Municipal José Raphael dos Santos Netto
- Escola Municipal João Pinheiro
- Escola Municipal Professor Washington Luiz
- Escola Municipal Professora Nicolina Bernardo
- Escola Municipal Alvino Hosken de Oliveira
- Escola Municipal Professor Antonio Sérgio Teixeira
- Escola Municipal Doutor Haroldo Affonso Junqueira
- Escola Municipal Dona Mariquinhas Brochado
- Conservatório Musical Antonio Ferrucio Viviani
- Centro Municipal de Língua Estrangeira
Centros de Educação Infantil (CEIs)
- CEI Conceição Aparecida Miguel
- CEI Acalanto
- CEI Santo André
- CEI Padre Daniel Patrick Meehan
- CEI Charque
- CEI Maria do Rosário Bastos
- CEI São Francisco
- CEI Professora Maria José Brandão Risola
- CEI Professor Paulo Rodrigues Rosa
- CEI CAIC
- CEI Milo Carli Mantovani
- CEI Santa Terezinha
- CEI Lápis de Cor
- CEI Arco Íris
- CEI Pingo de Gente
- CEI Sônia Maria Saraiva
- CEI Maria do Rosário Bastos – anexo
- CEI Rotary Club
- CEI São Paulo
- CEI Aureliano Miranda de Carvalho
- CEI Dona Palmira e Morello Mencarini
- CEI Mariinha
- CEI Professora Maria Cláudia Prezia Machado
- CEI Professora Orcy Bento Gonçalves Cardoso
- CEI Caminho da Luz
- CEI Professora Julieta Martins Brigagão
- Espaço Corporativo de Aprendizagem Horizonte – ECAH
Saúde
- PSF Parque Esperança
- PSF Parque Esperança III
- PSF Jardim Kennedy
- PSF Cascatinha
- PSF Santa Angela
- PSF São Bento
- PSF Caio Junqueira
- PSF Dom Bosco II
- PSF São Sebastião
- ESF Santa Angela
- ESF Flores
- ESF Vila Menezes
- ESF Vila Nova
- UBS Regional Sul
- UBS Regional Leste
- Hospital Municipal Vereador Gilberto de Matos – HZL
- Hospital Municipal Margarita Morales
- Unidade de Pronto Atendimento (UPA)
- Policlínica Sul
- CAPS I
Outros serviços públicos
- CREAS
- Secretaria de Habitação
- Programa Municipal da Juventude São José
- Programa Municipal da Juventude Santa Maria
- Programa Municipal da Juventude João Monteiro
- Centro de Referência da Assistência Social (CRAS)
Esclarecimentos do Sindserv
A presidente do Sindserv, Greice Keli, e o assessor jurídico Pedro Lourenço esclareceram dúvidas sobre a greve em um vídeo nas redes sociais do sindicato.
- Desconto de ponto: Segundo Lourenço, o desconto dos dias parados deve ser aplicado, mas o sindicato buscará reverter essa decisão na Justiça. Ele também ressaltou que as faltas motivadas pela greve não são consideradas injustificadas.
- Procedimentos para adesão: Greice orientou que os servidores informem suas chefias sobre a adesão à greve, preferencialmente por escrito. Aqueles que registram ponto manualmente devem anotar que a ausência foi devido à paralisação, enquanto os que utilizam ponto eletrônico devem evitar a marcação nos dias de greve.
A presidente do Sindserv reforçou que a adesão em massa é fundamental para pressionar a Prefeitura a negociar melhores condições salariais e benefícios.
Posição da Prefeitura
Em coletiva de imprensa realizada na tarde de quarta-feira (5), o prefeito Paulo Ney reafirmou que não atenderá às reivindicações dos servidores, alegando que a greve tem um caráter político. Segundo ele, apenas 5% dos servidores aderiram à paralisação, o que indicaria baixa adesão ao movimento.
A administração municipal argumenta que já atingiu o limite da Lei de Responsabilidade Fiscal e que conceder um reajuste maior poderia comprometer as contas públicas, afetando pagamentos futuros, como salários e o 13º. “Se ultrapassarmos esse índice, poderemos enfrentar dificuldades para pagar salários em dia”, justificou o prefeito.
A Prefeitura também destacou que os servidores que aderirem à greve terão os dias parados descontados, conforme prevê a legislação. “Não podemos pagar por dias não trabalhados, isso não é uma decisão política, mas uma exigência legal”, afirmou Paulo Ney.
Impactos e negociações
Com a paralisação já afetando serviços essenciais, como creches e unidades de saúde, a Prefeitura informou que está monitorando a situação e buscará minimizar os transtornos para a população. O Sindserv, por sua vez, mantém o apoio ao movimento grevista e defende a reabertura das negociações.
A greve segue por tempo indeterminado, e novos desdobramentos devem ocorrer nos próximos dias.
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