Atualizado em 11/06/2025

Município lidera o número de cancelamentos entre as cidades mais populosas do Sul de Minas; situação pode gerar impedimentos na vida civil

Poços de Caldas é a cidade do Sul de Minas com maior número de títulos de eleitor cancelados desde a última eleição. Segundo dados da Justiça Eleitoral, 6.788 eleitores tiveram os documentos suspensos, o que corresponde a 5,45% do eleitorado do município.

O cancelamento ocorre quando o cidadão deixa de votar e não justifica a ausência em três eleições consecutivas. Além de Poços de Caldas, outras grandes cidades da região também registraram milhares de cancelamentos.

Cidades com mais títulos cancelados no Sul de Minas

• Passos
  Eleitores: 81.473
  Títulos cancelados: 3.376 (4,14%)

• Pouso Alegre
  Eleitores: 110.871
  Títulos cancelados: 3.660 (3,3%)

• Varginha
  Eleitores: 104.495
  Títulos cancelados: 3.041 (2,91%)

Em todo o estado de Minas Gerais, quase 500 mil eleitores estão com o título cancelado.

Consequências para quem está irregular

De acordo com Alexandre Araújo da Silva, chefe do cartório eleitoral de Passos, a situação irregular pode trazer diversos transtornos para a vida civil.

“Quem teve o título cancelado sofre várias restrições. Não consegue emitir ou regularizar passaporte, não cola grau nem faz matrícula em universidade pública, servidores podem ter salários suspensos, não toma posse em concurso público e não contrata empréstimos em bancos públicos”, explicou.

Como regularizar a situação

O eleitor que já tem biometria cadastrada pode regularizar o título pela internet, no site ou aplicativo da Justiça Eleitoral. Quem ainda não possui biometria precisa comparecer pessoalmente a um cartório eleitoral, portando documento de identidade.

Segundo o chefe de cartório, o processo é rápido e simples.

“Fazemos a atualização dos dados e, se necessário, coletamos a biometria na hora. A multa é de R$ 3,51 por eleição e, em cerca de cinco minutos, o eleitor já sai regularizado”, afirmou.

Reflexo do desinteresse pela política

Para a socióloga Maria do Carmo de Oliveira, os números refletem a falta de interesse da população brasileira pela participação política.

“Adolescentes, jovens e adultos não querem mais participar ativamente da vida política e pública. Isso se reflete nas pequenas ações cotidianas, nas escolas, nos bairros, e está relacionado também às mudanças rápidas impostas pelo desenvolvimento tecnológico”, analisou.

Fonte: Com informações de G1.

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