Pesquisadores da Unifal-MG desenvolvem IA com 99,75% de precisão para diagnóstico de tumores cerebrais
Atualizado em 17/02/2025
Uma ferramenta baseada em inteligência artificial (IA) desenvolvida por pesquisadores da Universidade Federal de Alfenas (Unifal-MG) pode revolucionar o diagnóstico de tumores cerebrais. A tecnologia alcançou uma precisão de 99,75% na classificação de imagens de ressonância magnética, diferenciando três tipos de tumor – glioma, meningioma e adenoma de hipófise – e cérebros saudáveis.
O projeto, fruto de uma pesquisa de iniciação científica no curso de Ciência da Computação, foi conduzido pelo pesquisador Lucas Ferreira e orientado pela professora Ângela Leite Moreno. Segundo Ferreira, a ideia é fornecer uma ferramenta de apoio para profissionais da saúde, tornando o diagnóstico mais preciso.
Como funciona a IA?
A pesquisa utilizou uma rede neural pré-treinada e ajustou cerca de seis milhões de parâmetros para refinar a análise das imagens. O treinamento da IA foi realizado com mais de cinco mil imagens e, na fase de testes, a ferramenta analisou 1.311 novas imagens, cometendo apenas um erro.
“Essas imagens não têm o mesmo corte ou dimensão. Algumas são horizontais, outras verticais, então temos vários tipos de variação para garantir a precisão do modelo”, explicou a professora Ângela.
A tecnologia se baseia em redes neurais convolucionais, que imitam o funcionamento da visão humana no reconhecimento de padrões.
“Primeiro, percebemos formas simples, como linhas e cores, e, à medida que focamos, identificamos detalhes mais complexos. Da mesma forma, a IA analisa as imagens por camadas até distinguir diferentes tipos de tumores”, detalhou Ferreira.
Patente e próximos passos
A Unifal-MG já iniciou o processo de patenteamento do software, que será disponibilizado exclusivamente para hospitais. O objetivo é que a ferramenta sirva como apoio aos médicos, sem substituí-los, garantindo diagnósticos mais precisos e ágeis.
O próximo passo da pesquisa é expandir a aplicação da IA para monitoramento da evolução dos tumores e a eficácia dos tratamentos. Para isso, os pesquisadores buscam parcerias com o Hospital das Clínicas da USP de Ribeirão Preto e com um especialista da Unesp de Ilha Solteira.
“A gente só identificar não é suficiente. Precisamos saber se o tratamento está sendo eficaz ou não”, destacou a professora Ângela.
Com o avanço da tecnologia, a expectativa é que a ferramenta se torne uma aliada fundamental na luta contra o câncer cerebral, proporcionando diagnósticos mais rápidos e precisos para os pacientes.
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