Ordem do Dia 26/06/25
Atualizado em 26/06/2025
É certo que pesquisas não ganham eleição. Mas se nada for feito, a tendência seria a realização de seus números.
Nessa medida, o governo Lula tem muito o que fazer. Caso não queira, simplesmente, lamentar.
O cientista político Christopher Garman, diretor-executivo do Instituto Eurasia para as Américas, concedeu entrevista afirmando que a direita ganha em 2026, mesmo fragmentada. A eventual divisão, no primeiro turno, seria corrigida no segundo.
No dia seguinte a essa entrevista, o Instituto Paraná divulgou números, afirmando que Michelle Bolsonaro venceria Lula, no segundo turno, por uma diferença acima da margem de erro.
Não se trata de algum governador de um Estado importante. Ou de um líder com currículo e serviços prestados. Trata-se de uma mulher cuja trajetória política, ou administrativa, carece de conteúdo. Um fenômeno.
O que teria feito Michelle para ter um desempenho superior ao “cara”, que se julga excepcional, incomparável e tão honesto quanto Jesus?
Primeiramente, o “cara” foi evidentemente desmascarado, pois sequer dá conta da mulher de seu adversário. Irônico.
Michelle é uma mulher bonita, convicta de suas verdades, principalmente religiosas, que manteve-se discreta. Não cometeu erros decisivos e cresceu fazendo o que sabe fazer: proselitismo religioso.
Frequentou cultos Brasil afora, reuniu-se com grupos femininos, se opôs ao “cara” e aí está.
Consta que, nos cultos, “fala em línguas”. O que revela sua adesão à denominações evangélicas fundamentalistas. De tipo pentecostal, ou equivalentes.
Entretanto, parece falar a língua da maioria do eleitorado e se faz entender. Muito bem, pelo visto.
Ao contrário de Janja que, do alto de seu deslumbramento militante, amealhou 70% de rejeição difusa, segundo pesquisas. Michelle, por seu turno, se coloca como real alternativa à direita.
Confirma o que já foi dito nesta coluna: muito ajuda quem não atrapalha.
Quem diria…
No caso de sua eventual vitória, teríamos mais um nome para nossa galeria de catástrofes presidenciais, ao lado do próprio Lula, além de Dilma e Bolsonaro.
Seria a segunda mulher na Presidência da República.
Com uma diferença: ninguém entendia direito a linguagem de Dilma. Ao contrário da linguagem de Michelle, que está colando.
Mas, certamente, não iremos gostar de suas ações presidenciais. Serão informadas por quais critérios administrativos? Michelle não os tem. Alguém a conduzirá. Serão ações provavelmente detestáveis, assim como as ações de Dilma.
Vale lembrar dos depoimentos de Mauro Cid e dos comentários do advogado do PL, demitido por essa razão: entre Lula e Michelle, ficariam com Lula. A mulher seria “o terror”. Dá medo.
* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG), Direito Administrativo (UFMG) e Ciência Política (UFMG). E-mail: moc.liamg @oatsegsuirp.erednaocram
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