Ordem do Dia 25/06/25
Atualizado em 25/06/2025
Dois artigos enviados por um leitor, a este colunista, um deles de origem estrangeira, associado a um terceiro, divulgado na Internet, tecem um quadro a ser observado.
O tema seria a indústria automobilística.
O primeiro artigo trata do peso dos hábitos de consumo de veículos, no Brasil, especialmente elétricos, e dirige-se ao público de língua inglesa. O que sugere a importância do nosso mercado em nível internacional.
O segundo, com algum desconforto, aborda uma certa “bolha automotiva” criada pela China, apta a impactar o mercado mundial de veículos, principalmente elétricos e híbridos plug-in.
O terceiro artigo, mais auspicioso, apresenta o maior centro industrial da Stellantis, no mundo, localizado em Betim, Minas Gerais. Capaz de produzir um carro por minuto. Atual líder no mercado brasileiro.
De quebra, o complexo industrial de Betim seria também um centro tecnológico e de pesquisas, encarregado de promover soluções para a transição energética. Com impactos mundiais e temperado pelo sabor brasileiro: o etanol participa fortemente dessa equação. Registre-se sua produção e utilização não apenas no Brasil, mas também nos EUA (maior produtor mundial) e na Índia.
Haveria outros dados a acrescentar à equação: as terras raras.
Esse insumo, aliado ao lítio, que aparecem como fatores determinantes para a produção de baterias, e de outros itens tecnológicos importantes, colocam Minas Gerais, novamente, no centro do mapa econômico mundial.
Minas já foi o maior centro de produção de riquezas do Novo Mundo, no século XVIII, com o ouro.
Notabilizou-se também com a produção de café, minério de ferro e produtos siderúrgicos.
Agora, pode estar no limiar de um novo ciclo econômico: lítio na região do Jequitinhonha. E terras raras no Sul de Minas. Mais especificamente no entorno de Poços de Caldas. Que também produz urânio.
Entretanto, desta feita, há centros tecnológicos capazes de agregar valor aos citados minérios, de interesse mundial.
Não seria demais acrescentar, ao molho, uma possível contribuição de massa crítica, advinda do nosso “Vale do Silício” de Santa Rita do Sapucaí, e das escolas de engenharia e tecnologia que vão até Itajubá.
Entretanto, há o fator China: a “bolha automotiva”, em curso naquele país, seria a “Evergrande” (bolha imobiliária) dos automóveis.
Conforme a extensão do problema, hábitos de consumo, de veículos elétricos, equacionados no segundo artigo aqui citado, podem desorganizar o mercado. Haveria o temor de frustração na política de preços e de insegurança do consumidor. Causando prejuízos catastróficos e inflexão de tendências.
E então, o conteúdo desta coluna não passaria de pura especulação. Ou sonho não realizado.
* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG), Direito Administrativo (UFMG) e Ciência Política (UFMG). E-mail: moc.liamg @oatsegsuirp.erednaocram
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