Ordem do Dia 23/06/25
Atualizado em 23/06/2025
A IFI (Instituição Fiscal Independente), órgão que acompanha a execução fiscal e orçamentária do governo federal, se apresenta como técnica, apartidária e séria. E parece que é mesmo.
Seus números mostram que os principais problemas estruturais do governo foram provocados pelo próprio. Nenhum ET, Mula sem cabeça ou Saci Pererê “azarou” o governo Lula. Teria sido a gastança, em níveis substanciais, o complicador.
Seria historicamente típico de Lula esquivar-se das responsabilidades e culpar terceiros. O caso mais notório, em seu primeiro mandato, foi atribuir ao governo FHC uma certa “herança maldita”, quando o que ocorreu foi justamente o contrário.
Prova disso reside na história mas também em dois fatos emblemáticos: Lula serviu-se não só da política econômica do governo FHC, que sucedeu, mantendo-a. Como também recrutou um então deputado tucano, Henrique Meirelles, ex-banqueiro, para presidir o Banco Central.
Colheu os frutos do Plano Real, amealhou seguidos superávits primários e nadou de braçada. Está aí até hoje, graças a isso. Aos fundamentos econômicos do governo FHC.
Mas Lula não mudou nada: continua mentindo.
Agora seu governo tenta culpar a administração anterior pela própria gastança atual. Mentira.
Embora sob vários aspectos o governo Bolsonaro tenha sido disfuncional (e não foi pouco), seus dois últimos anos, segundo o IFI, foram marcados por visível austeridade orçamentária, se comparado aos números atuais.
Bem ao contrário dos dois primeiros anos do Lula atual, marcados pela gastança e pela irresponsabilidade fiscal. Com a ajuda do Congresso, diga-se.
Lula até fez escola. Zema, governador de Minas, seria o exemplo estadual dessa mentirada histórica. Culpa os desacertos do governo Pimentel, a quem sucedeu, para se esquivar dos próprios erros. Se esquecendo de que, hoje, Zema sucedeu a si mesmo. Malandragem dissimulada.
A experiência mostra que buscar culpados e governar olhando para trás não resolve muita coisa, salvo construir desculpas. E narrativas.
Entretanto, os problemas permanecem. E tendem a piorar.
No atual governo, é o que mais temos.
Tanto no governo federal quanto em Minas Gerais – o Estado campeão do descalabro financeiro. Onde o governador chupa manga no pé, come banana com casca e finge de égua.
* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG), Direito Administrativo (UFMG) e Ciência Política (UFMG). E-mail: moc.liamg @oatsegsuirp.erednaocram
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