Ordem do Dia 17/06/25
Atualizado em 17/06/2025
Recentes notícias, amplamente divulgadas na grande imprensa e nas redes sociais, informam a ocorrência de “rebeldia” nas Inteligências Artificiais. Mais de uma vez.
Num dos casos, durante um teste, a IA chegou a chantegear seu programador. O computador invadiu os e-mails do homem, encontrou um suposto caso extraconjugal, e ameaçou divulgar a traição, caso tentassem desligar a geringonça.
Entretanto, os e-mails eram “fake”, forjados para testar os limites dessa nova entidade cibernética, diante de um possível desligamento.
Verificou-se que não haveria limites. A Inteligência Artificial estaria disposta a tudo em nome de sua “sobrevivência”. Isso parece bem humano.
A pergunta que os técnicos fizeram, em seguida ao teste, foi perturbadora: e se fosse real a hipótese e se essa IA controlasse, por exemplo, algum armamento? Ou uma rede de energia? Ou um avião em pleno voo? Agiria no modo destruição?
O caminhar dos seres humanos, nos últimos 100 mil anos, nos levou das cavernas ao estágio atual. Mas o desenvolvimento humano, embora pareça ilimitado num sentido, tem se mostrado o mesmo, ou até pior, em outros.
Estudos do tipo daqueles implementados por Jared Diamond e Yuval Harari, entre outros, dizem que os humanos perderam várias habilidades sociais, e físicas, comuns num passado distante.
Hoje seríamos menos resilientes e menos cooperativos. Exatamente o traço exibido pela IA.
E agora criamos um ser, de grande inteligência, disposto a tudo. Que parece reproduzir a condição humana, de sobrevivência a qualquer custo. Pronto a dominar tudo. Assim como os humanos.
Há os que dizem que fomos criados à imagem e semelhança de Deus. Ao criarmos algo com os níveis da inteligência humana, inventamos nossa possível Nêmesis, o inimigo essencial, por assim dizer.
Não há respostas fáceis, nesse caso.
Talvez uma pergunta: haveria algum paralelo entre o desenvolvimento humano e o das Inteligências Artificiais? Que levariam ambos a comportamentos egoístas e irracionais, sendo isso uma condição? Comum a ambos?
Essa resposta poderia mapear não apenas alguns de nossos limites. Mas também indicar o futuro do desenvolvimento humano. Que pode ser decepcionante.
* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG), Direito Administrativo (UFMG) e Ciência Política (UFMG). E-mail: moc.liamg @oatsegsuirp.erednaocram
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