Laudo técnico aponta necessidade de obras para garantir segurança do monotrilho de Poços de Caldas
Atualizado em 06/09/2024
Um laudo técnico recém-divulgado revelou que a estrutura do monotrilho de Poços de Caldas, desativado há mais de duas décadas, embora não apresente risco de colapso imediato, requer intervenções estruturais para garantir a segurança a médio prazo. Estimado em R$ 14 milhões, o projeto de reativação do sistema inclui obras de reforço em vigas e pilares, que devem ser realizadas em até dois anos.
O estudo, realizado pela empresa ELC Engenharia LTDA, foi solicitado pela Câmara de Vereadores e tornou-se público nesta sexta-feira (6).
O documento, com 61 páginas, aponta manifestações patológicas como fissuras, desplacamento de concreto e corrosão nas armaduras. As vistorias foram realizadas em três etapas, entre fevereiro e maio deste ano.
Recomendações do laudo
O laudo detalha uma série de recomendações para garantir a segurança e prolongar a vida útil da estrutura, mesmo que o monotrilho não esteja em operação imediata. Entre as principais intervenções sugeridas, estão:
– Obras nos taludes: Em até dois anos, será necessário realizar obras de contenção nos taludes onde estão localizadas as fundações da estrutura. Esses reforços são fundamentais para evitar deslizamentos que possam comprometer a estabilidade do monotrilho.
– Reforços estruturais: O estudo destaca a necessidade de reforçar as vigas transversais dos pórticos. Isso inclui a substituição dos suportes de Neoprene e a instalação de chapas metálicas para distribuir melhor as tensões nas vigas, aumentando sua resistência e durabilidade.
– Recuperação de pilares: As inspeções identificaram a necessidade de recuperar a estrutura dos pilares, que apresentaram danos como fissuras e desplacamento de concreto. Esses pilares sustentam as vigas de rolamento, e sua recuperação é essencial para garantir a integridade da estrutura.
– Vigas de rolamento: Também foi apontada a necessidade de reparar e recuperar as vigas de rolamento, que são responsáveis por suportar o peso do monotrilho em movimento. O reforço dessas vigas deve assegurar que a estrutura suporte as solicitações provocadas pelo tipo de trem a ser utilizado.
– Análise das fundações: O laudo recomenda uma prospecção detalhada das fundações para garantir que elas tenham a capacidade de suportar o peso e as cargas dinâmicas geradas pelo monotrilho. Uma análise geotécnica e estrutural será necessária para avaliar a resistência dessas fundações.
– Especificidade para o tipo de trem: O laudo sugere que seja realizada uma análise estrutural específica para o tipo de trem que será utilizado no monotrilho, uma vez que diferentes modelos podem gerar cargas variadas na estrutura.
Além dessas intervenções, o laudo prevê que, após o início de uma possível operação, sejam realizadas outras obras de manutenção em um prazo de 5 a 10 anos, como a aplicação de tratamentos de proteção contra corrosão nas partes metálicas da estrutura.
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Histórico do Monotrilho de Poços de Caldas
O monotrilho de Poços de Caldas começou a ser idealizado em 1981 como parte de uma proposta ambiciosa para transformar a mobilidade urbana da cidade e, ao mesmo tempo, servir como uma atração turística inovadora.
A estrutura foi projetada para percorrer um trajeto de 4,3 km, com pilares de concreto armado, conectando a Rodoviária ao Terminal de Linhas Urbanas, ao longo das Avenidas Mansur Frayha, João Pinheiro e Francisco Salles.
Apesar das expectativas, o monotrilho enfrentou uma série de contratempos.
A empresa que ganhou a concessão foi a J. Ferreira Ltda. e o contrato previa que as obras fossem concluídas em 10 anos, mas em 1991 foi feito um aditamento ao contrato aumentando o prazo em mais 10 anos. As obras foram finalmente concluídas no ano 2000.
Entretanto, sua operação durou pouco. Em 2000, durante um dos testes com passageiros, o trem descarrilou em uma curva, quando 19 pessoas estavam a bordo. Elas foram resgatadas pelo Corpo de Bombeiros, marcando o primeiro grande incidente que comprometeria o futuro do projeto.
Além do descarrilamento, outros problemas estruturais começaram a surgir.
Em 2003, dois pilares do monotrilho desabaram ao longo da Avenida João Pinheiro, derrubando cerca de 50 metros da via elevada. Esse incidente foi o golpe final, levando à suspensão total das operações e à inutilização da estrutura.
Desde então, a estrutura permaneceu inativa. Em 2019, a empresa J. Ferreira Ltda, responsável pela concessão do monotrilho, desistiu do contrato, devolvendo o projeto para a Prefeitura.
Entre 2003 e 2022, diversos laudos técnicos foram emitidos para avaliar as condições da estrutura e possíveis reparos, mas o monotrilho nunca foi reativado.
Futura licitação
Com o laudo técnico em mãos, o prefeito Sérgio Azevedo (PSDB) anunciou a intenção de licitar a estrutura do monotrilho ainda em 2024. O custo das obras foi orçado em R$ 14 milhões, e o processo deve seguir o modelo de concessão aplicado em outros projetos turísticos da cidade.
Segundo o prefeito, a reativação do monotrilho pode ter uma função turística ou até de transporte urbano.
“Esse monotrilho nosso é igual ao da Disney. Já está pronto, falta pouca coisa para funcionar. Vamos esgotar todas as possibilidades para que ele volte a operar”, afirmou Azevedo.
Fonte: Com informações de G1.
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