Ex-funcionários da Saúde cobram pagamentos atrasados em sessão na Câmara de Vereadores de Poços de Caldas
Atualizado em 05/02/2025
Profissionais protestaram em silêncio durante fala do prefeito e exigiram quitação de direitos trabalhistas

Ex-funcionários da área da Saúde de Poços de Caldas participaram, nesta terça-feira (4), da sessão na Câmara Municipal, na qual o prefeito Paulo Ney (PSDB) esteve presente. Os trabalhadores cobraram o pagamento do salário de janeiro, além de rescisões e multas trabalhistas.
Durante a sessão, os profissionais, que eram conveniados à Santa Casa de Salto de Pirapora, protestaram em silêncio enquanto o prefeito discursava. A manifestação foi uma forma de demonstrar indignação pela falta de pagamento.
“Hoje a gente precisa do pagamento do acerto. A gente precisa acertar para a gente se desvincular, todo mundo dar entrada no seguro-desemprego, todo mundo poder tocar a vida. Mas a gente precisa que a prefeitura efetue esse pagamento, que ela ainda deve para Santa Casa, para Santa Casa poder fazer o pagamento da gente”, afirmou o ex-coordenador do programa Posso Ajudar, José Ricardo de Deus.
Os manifestantes denunciam o atraso no pagamento do salário de janeiro, além do não recebimento dos valores rescisórios e das multas trabalhistas.
“A rescisão, que seria paga no dia 27, até hoje não tivemos. Também não recebemos a multa do FGTS. Então, esses são os valores devidos, além da multa pelo atraso dos salários, porque ficamos um mês e 17 dias sem pagamento. Também não recebemos o vale-alimentação, que não foi depositado, junto com outros débitos da empresa”, relatou o técnico de enfermagem Ritielle Andrade.
Histórico do convênio e dívida milionária
O convênio entre a Prefeitura de Poços de Caldas e a Santa Casa de Salto de Pirapora envolvia 220 funcionários contratados em regime CLT, entre técnicos de enfermagem, nutricionistas e técnicos de manutenção, além de 250 médicos cadastrados como pessoa jurídica.
“O contrato se iniciou em junho de 2023, inicialmente para médicos. No entanto, com o tempo, percebeu-se a necessidade de novos equipamentos e a contratação de mais profissionais, já que a prefeitura tinha uma defasagem de pessoal”, explicou um representante dos trabalhadores.
Segundo Marcelo Munhoz da Silva, diretor da Santa Casa de Salto de Pirapora, a dívida da prefeitura com a empresa pode chegar a R$ 12 milhões.
“Temos um contrato básico de R$ 5,9 milhões ao mês, mas com os aditivos, esse valor pode chegar a R$ 12 milhões. Há equipamentos que não estavam no contrato anterior, como um mamógrafo e ambulâncias extras, além das obras executadas”, afirmou Munhoz.
A Prefeitura de Poços de Caldas informou que já depositou R$ 1,8 milhão na conta da empresa e alegou que a responsabilidade pelo pagamento das rescisões trabalhistas é da Santa Casa de Salto de Pirapora, conforme estabelecido no convênio.
Durante a sessão, o prefeito Paulo Ney garantiu que todos os prestadores de serviço receberão os pagamentos devidos.
“Vocês estão ouvindo da boca do prefeito. Nenhum prestador de serviços ficará sem receber. Todas as contas devidamente prestadas dentro da legalidade serão pagas, assim como fizemos com os contratados em carteira assinada pela prestadora de serviço”, declarou.
Atualmente, a Prefeitura firmou um novo convênio emergencial com a Santa Casa de Poços de Caldas, com duração de seis meses e um valor de R$ 5,92 milhões. No entanto, ainda não há previsão para novos pagamentos à empresa anterior.
Fonte: Com informações de G1.
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