Saúde: Implantação de bactéria em mosquitos pode mudar cenário da dengue em todo o país
Um método inovador vem mostrando resultados promissores na redução dos casos de dengue, chikungunya e zika em diversas cidades brasileiras. Em Niterói, no Rio de Janeiro, a aplicação dessa técnica resultou em uma redução impressionante de 70% nos casos de dengue. A estratégia consiste na inserção da bactéria Wolbachia nos mosquitos Aedes aegypti, responsáveis pela transmissão dessas doenças.
A bactéria Wolbachia, quando presente nos mosquitos, bloqueia a transmissão dos vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Embora os mosquitos Aedes aegypti já carreguem outras bactérias devido à sua natureza parasitária, a Wolbachia nunca foi naturalmente encontrada neles. A introdução controlada dessa bactéria nos mosquitos é realizada em laboratório e, posteriormente, os insetos são liberados na natureza, onde se reproduzem e passam a transmitir a bactéria para a próxima geração.
A cidade de Niterói se tornou pioneira no Brasil ao ter todo o seu território coberto pelo projeto, o que resultou em uma significativa redução nos casos de dengue, chikungunya e zika entre os anos de 2015 e 2023. O sucesso do método se deve não apenas à sua eficácia, mas também ao engajamento da comunidade local, que recebe orientações e informações sobre o programa antes da liberação dos mosquitos.
Além de Niterói, outras cidades brasileiras, como Campo Grande, Belo Horizonte, e Petrolina (PE), adotaram o método com resultados igualmente promissores.
No entanto, é necessário um esforço conjunto para ampliar a cobertura do programa, como destacado pelo pesquisador Luciano Moreira, da Fiocruz.
Embora os resultados do método sejam observados a longo prazo e exijam um período para que os mosquitos infectados se estabeleçam em determinada área, a implantação da Wolbachia nos Aedes aegypti representa uma promissora estratégia de controle das doenças transmitidas por esses insetos, oferecendo uma nova perspectiva na luta contra a dengue e outras enfermidades associadas.
“Não é uma solução imediata, os resultados são observados com o tempo. É preciso ter o estabelecimento dos mosquitos em determinada área com isso, observamos redução do número de casos de dengue” explica Luciano Moreira, da Fiocruz.
Fábrica de mosquitos
Produção de mosquitos é gargalo para atender demanda. No ano passado, a World Mosquito Program (WMP), a Monash University em Melbourne, na Austrália, a Fiocruz e o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) anunciaram parceria para a criação de uma joint venture (consiste em uma união de empresas para a criação de uma outra empresa).
A nova empresa vai construir a maior biofábrica de mosquitos Wolbachia do mundo. Serão até 100 milhões de ovos de mosquito por semana para atender uma demanda de 70 milhões de brasileiros em dez anos, disse o líder do método Wolbachia Brasil.
O método começou a ser usado na Austrália, entre 2008 e 2009. No Brasil, existe desde 2012, aplicado pela Fiocruz no bairro Tubiacanga, no Rio de Janeiro. Mesmo com a eficácia comprovada, o pesquisador explica que os resultados são vistos a longo prazo.
Prevenção
Fontes: Com informações de Ministério da Saúde, Agência Brasil e UOL.
Mantenha-se informado!
Participe do Grupo de Notícias da SulMinas TV no seu WhatsApp. Enviaremos conteúdos relevantes e em primeira mão para você!
Clique aqui 👈🏼
Deixe um comentário