Em uma nota oficial divulgada nesta sexta-feira, 27 de outubro de 2023, o Presidente da Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento (Assemae), Rodopiano Marques Evangelista, abordou as recentes notícias veiculadas na mídia sobre a qualidade da água distribuída nos municípios brasileiros.

A nota destaca a importância de entender os níveis de substâncias químicas na água e seu impacto na saúde. Ela menciona que o Ministério da Saúde estabelece valores máximos permitidos (VMP) para diferentes elementos ou compostos químicos na água. Por exemplo, o Mercúrio tem um VMP de 0,001 mg/L, enquanto o fluoreto tem um VMP mais alto de 1,5 mg/L. Substâncias orgânicas, como agrotóxicos, têm limites ainda mais restritivos, como o Clordano, com um VMP de 0,0002 mg/L.

A nota aborda a preocupação levantada por notícias recentes de que alguns municípios brasileiros estariam distribuindo água com a presença de agrotóxicos após o tratamento, causando inquietação na população. No entanto, ela destaca que os valores encontrados estariam abaixo dos VMPs estabelecidos, o que não deveria gerar preocupação isoladamente. A maior inquietação levantada pelos especialistas é o “efeito coquetel”, que poderia ocorrer se múltiplas moléculas de agrotóxicos interagissem, potencialmente causando riscos à saúde dos consumidores.

No entanto, enfatiza que uma pesquisa mais aprofundada na comunidade científica não encontrou evidências que comprovem esse “efeito coquetel”. Seria necessário um estudo complexo sobre a interação composto a composto, concentrações individuais, toxicidade e outras variáveis para avaliar a real ameaça.

A nota também aponta falhas humanas no preenchimento dos dados do Sistema de Informações de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (SISAGUA) e interpretação errônea dos mesmos, resultando em acusações injustas sobre a presença de agrotóxicos. Para evitar tais erros, sugere-se a implementação de um sistema que alerte os usuários quando valores acima dos VMPs forem digitados e a substituição de valores abaixo dos limites de detecção dos equipamentos analíticos para “NÃO DETECTADO”.

A nota conclui reforçando a importância da constante preocupação com a qualidade da água, desde que seja conduzida de maneira responsável, embasada cientificamente e em conformidade com as diretrizes do Ministério da Saúde.

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