A Prefeitura Municipal de Caldas, em conjunto com a Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil, emitiu uma nota nesta quinta-feira, 4, informando sobre a interdição temporária da ponte sobre o Rio Soberbo, que possibilita o acesso à Indústrias Nucleares do Brasil (INB), localizada em área rural. A medida foi tomada devido às fortes e recorrentes chuvas dos últimos dias, que causaram a ruptura do solo, impossibilitando a passagem segura de veículos, maquinários e pessoas.

Destaca-se que esse acesso não está incluído na rota de fuga estabelecida no Plano de Ação de Emergência (PAE) da INB e no Plano de Contingência Municipal (PLANCON) em situações de desastre. Ele serve apenas como uma via de acesso à sede da INB, à Fazenda Ecoforest e ao Bairro Taquari.

A prefeitura informa que por se tratar de uma área isolada, o impacto da interdição afeta um número reduzido de pessoas que utilizam essa rota, as quais precisarão desviar temporariamente pela cidade de Poços de Caldas ou Andradas.

Informou-se também que o Poder Executivo, em parceria com a INB, iniciará obras de recuperação e reconstrução deste trecho com urgência, visando restabelecer a normalidade da situação.

A Sulminas TV procurou a INB em busca de esclarecimentos sobre as rotas de fuga e o cronograma para reconstrução do acesso. No entanto, uma funcionária com cargo elevado na empresa (a qual não autorizou a divulgação de seu nome e cargo), indicou que apenas a empresa Ecofort ou Ecoforest, a única propriedade dentro da zona de autossalvamento, poderia fornecer tais informações, pois não estavam ao seu alcance e não são de sua responsabilidade. Ainda que seja uma liderança na empresa, a falta de conhecimento sobre as rotas de fuga em situações de desastre, especialmente considerando o alerta de nível 1 de emergência devido à instabilidade do reservatório de conteúdo radioativo, é preocupante. A funcionária também mencionou não ter informações de contato desta empresa e destacou que apenas a prefeitura de Caldas poderia determinar o cronograma para reconstrução do acesso.

Barragem de rejeitos da INB em Caldas permanece sem atestado de estabilidade

Após uma nova inspeção realizada na unidade da Indústrias Nucleares do Brasil (INB) em Caldas, Minas Gerais, constatou-se que a barragem de rejeitos ainda não teve sua estabilidade atestada. O último documento que avalia a condição estrutural foi atualizado durante o feriado, revelando uma preocupante falta de garantia quanto à segurança da estrutura.

A assinatura do novo documento, ocorrida dia (29/03), confirma que a inspeção de segurança regular, conforme estabelecido pelo relatório de segurança da barragem datado de 9 de março deste ano, foi realizada. No entanto, o veredito sobre a estabilidade da barragem de rejeitos não foi positivo, indicando a persistência de incertezas quanto à sua segurança estrutural.

A situação da barragem ganhou destaque ao ser elevada ao nível 1 de emergência, após a transferência da responsabilidade de fiscalização das estruturas para a Agência Nacional de Mineração (ANM) em dezembro de 2022. Desde então, a ANM tem reclassificado as barragens, e as de Caldas foram enquadradas no nível mais baixo de emergência. É importante destacar que a primeira inspeção de segurança realizada após essa transferência, em setembro do ano passado, também não resultou no atestado de estabilidade desejado.

A mudança de órgão fiscalizador trouxe à tona a situação da D4, uma estrutura da INB que foi considerada uma barragem, também classificada como nível 1 de emergência. Embora a estabilidade desta estrutura não tenha sido confirmada na inspeção realizada em setembro do ano passado, uma nova avaliação, conduzida em 20 de março, demonstrou uma mudança positiva, confirmando a segurança da estrutura.

O atual cenário levanta questões importantes sobre a gestão e a segurança das barragens de rejeitos, exigindo a implementação de medidas eficazes para garantir a proteção ambiental e a segurança das comunidades próximas a essas instalações. A falta de atestado de estabilidade representa um alerta, destacando a necessidade de uma abordagem rigorosa e proativa para prevenir potenciais desastres e proteger vidas e o meio ambiente.

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