Atualizado em 18/09/2023

Uma nova onda de overdose tem assolado os Estados Unidos. Este ano, o país alcançou um marco sombrio, com mais de 100 mil pessoas perdendo suas vidas devido a overdoses em um único ano. Mais alarmante ainda, mais de 66% dessas mortes estavam diretamente relacionadas ao fentanil, um opioide sintético com poder devastador, sendo 50 vezes mais potente que a heroína.

O fentanil, originalmente um produto farmacêutico prescrito por médicos para aliviar dores intensas, agora também é fabricado e vendido por traficantes. A maior parte do fentanil ilegal que entra nos EUA é contrabandeada do México, muitas vezes utilizando produtos químicos provenientes da China, de acordo com informações do Drug Enforcement Administration (DEA), órgão federal responsável pelo controle de narcóticos.

Em 2010, a situação era completamente diferente, com menos de 40 mil mortes por overdose em todo o país e menos de 10% dessas relacionadas ao fentanil. Naquela época, a maioria das mortes estava associada ao uso de heroína ou opioides prescritos por profissionais de saúde.

Uma pesquisa recente da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) analisou as tendências nas mortes por overdose nos EUA entre 2010 e 2021, com base em dados compilados pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA. Os números revelam que o aumento nas mortes relacionadas a drogas começou a ser observado em 2015 e desde então se espalhou pelo país, com uma taxa de mortalidade alarmante.

Além disso, os pesquisadores identificaram uma tendência preocupante: o aumento nas mortes relacionadas ao consumo de fentanil em combinação com drogas estimulantes, como cocaína ou metanfetamina. Essa tendência é observada em todo o país, embora os padrões de consumo variem de região para região. Por exemplo, os Estados do nordeste dos EUA, como Vermont e Connecticut, registram taxas de mortalidade mais elevadas relacionadas ao uso de fentanil e cocaína, enquanto em praticamente todas as partes do país, da Virgínia à Califórnia, as mortes são causadas principalmente pela combinação de metanfetaminas e fentanil.

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Os especialistas advertem que muitos indivíduos misturam diferentes substâncias na busca de uma sensação prolongada, o que amplifica os riscos associados ao uso de drogas. A epidemia de fentanil continua a ser uma ameaça grave à saúde pública nos Estados Unidos, requerendo esforços coordenados para combater seu avanço e oferecer suporte às comunidades afetadas por essa tragédia crescente.

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