Caso Pavesi: Suspensa expedição de mandado de prisão de médicos acusados de envolvimento na morte de criança em Poços de Caldas
A expedição do mandado de prisão dos médicos José Luiz Gomes Silva e José Luiz Bonfitto, condenados em 2021 por envolvimento na morte e retirada ilegal de órgãos da criança Paulo Veronesi Pavesi nos anos 2000 em Poços de Caldas, foi suspensa nesta sexta-feira, 19.
Os médicos haviam sido condenados a 25 anos e 10 meses de prisão por homicídio qualificado, por motivo torpe e por ter sido praticado contra menor de 14 anos. Apesar da condenação, ambos estavam em liberdade.
A decisão de suspender a expedição do mandado de prisão veio após a defesa de um dos médicos recorrer da ordem, argumentando que ainda há recursos cabíveis pendentes de julgamento no Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
O Caso
Paulo Veronesi Pavesi, de 10 anos, faleceu em circunstâncias controversas em 19 de abril de 2000, após cair da grade de um playground. Ele foi levado para o Hospital Pedro Sanches, em Poços de Caldas, e posteriormente transferido para a Santa Casa da cidade, onde teve seus órgãos retirados com um diagnóstico de morte encefálica supostamente forjado.
A investigação iniciada por seu pai, Paulo Airton Pavesi, revelou irregularidades nas cobranças hospitalares e resultou no descredenciamento da Santa Casa para transplantes e remoção de órgãos em 2002. A história de Paulo Pavesi inspirou o livro “Tráfico de Órgãos no Brasil – O que a máfia não quer que você saiba”, lançado em 2014.
Desdobramentos Judiciais
Além dos médicos José Luiz Gomes Silva e José Luiz Bonfitto, outros envolvidos no caso foram denunciados e alguns condenados, como Sérgio Poli Gaspar, Celso Roberto Frasson Scafi e Cláudio Rogério Carneiro Fernandes. A sentença contra esses três foi restaurada em setembro de 2021 pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que decidiu que o crime de remoção de órgãos não deve ser julgado por júri popular.
Os médicos condenados negaram qualquer irregularidade nos procedimentos realizados no garoto.
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