Vereador questiona formação de professores para educação inclusiva em Poços de Caldas
Atualizado em 22/12/2025
Requerimento de Álvaro Cagnani aborda atendimento a alunos com deficiência e aumento de casos de autismo na rede municipal

O vereador Álvaro Cagnani (PSDB) apresentou um requerimento solicitando informações ao Executivo sobre a formação dos professores que atuam no atendimento à educação especial em Poços de Caldas. O parlamentar destacou o crescimento significativo dos casos de Transtorno do Espectro Autista (TEA) e a necessidade de ampliação do número de profissionais capacitados, além da adoção de metodologias adequadas para a educação inclusiva.
Número de professores e formação em educação especial
Em resposta ao requerimento, a Secretaria de Educação informou que a rede municipal conta com aproximadamente 1.200 professores da Educação Infantil e dos Anos Iniciais (PI) e 470 professores dos Anos Finais (PII). Apesar de o concurso público para os cargos de magistério não exigir formação específica em Educação Especial, o município possui atualmente 183 professores com capacitação na área.
Desses profissionais, 39 atuam diretamente nas Salas de Recursos Multifuncionais, onde é desenvolvido o Atendimento Educacional Especializado (AEE), conforme as diretrizes da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva.
Alunos atendidos na rede municipal
De acordo com os dados apresentados pela Secretaria de Educação, a rede municipal possui atualmente 338 alunos com deficiência física. Em relação ao TEA, são 363 alunos com diagnóstico confirmado por laudo e outros 56 com hipótese diagnóstica. O município também atende 114 alunos com altas habilidades e superdotação.
Na resposta encaminhada à Câmara, a pasta destaca que as principais demandas envolvem suporte pedagógico especializado, adaptações curriculares, acompanhamento terapêutico — de responsabilidade da área da Saúde — e estratégias voltadas à inclusão social, comunicativa e comportamental dos estudantes.
Capacitações e formação continuada
A Secretaria informou ainda que as capacitações oferecidas aos professores ocorrem por meio do Centro de Referência do Professor (CERPRO), que promove formações mensais, tanto presenciais quanto on-line, com foco na inclusão escolar. Além disso, o Setor de Educação e Inclusão realiza capacitações contínuas voltadas ao aprimoramento das práticas pedagógicas e à inclusão de alunos com deficiência e com TEA.
Importância do acompanhamento da pauta
Ao comentar a resposta, Álvaro Cagnani ressaltou a relevância do tema e a necessidade de acompanhamento permanente por parte do Poder Público. O vereador citou reportagem recente da Folha de São Paulo, intitulada “Brasil levaria 468 anos para formar professores em educação especial, mantendo o ritmo atual”, como um exemplo da dimensão do problema no país.
“Isso evidencia a carência estrutural do Brasil na formação de profissionais capacitados para atender alunos da educação inclusiva. É preciso pensar em políticas públicas e garantir o direito fundamental de acessibilidade e de ensino adequado às pessoas com deficiência”, afirmou o parlamentar.
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