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Trabalhadores terceirizados da INB paralisam atividades após atrasos salariais e denunciam riscos sanitários

Atualizado em 12/12/2025

 

Trabalhadores terceirizados que atuam na área de serviços gerais das instalações das Indústrias Nucleares do Brasil (INB) em Caldas (MG) paralisaram as atividades nesta terça-feira (9) após sucessivos atrasos salariais. O grupo, composto por cerca de 30 homens e mulheres contratados pela empresa Solve Consultoria e Projetos, afirma viver uma “via-crúcis” diante da falta de pagamento.

Segundo relatos, alguns funcionários já não conseguem pagar o aluguel e temem iniciar 2026 despejados. A situação ocorre em uma unidade que opera com material radioativo, onde normas rígidas determinam padrões de limpeza e segurança para evitar riscos biológicos e químicos.

Instalações sem limpeza e relatos de precariedade

Com a paralisação, diversos espaços da INB ficaram sem manutenção e, segundo trabalhadores, estão em “estado deplorável”. A limpeza é considerada essencial para o cumprimento de exigências de segurança, especialmente em locais onde há manipulação ou presença de resíduos radioativos.

O Blog Tânia Malheiros tentou contato com a INB desde a última quinta-feira, mas até o momento a estatal não se manifestou sobre o caso.

Já a Solve Consultoria e Projetos informou que a INB possui pagamentos em aberto desde outubro. De acordo com um gráfico apresentado pela empresa, o débito acumulado chega a R$ 358.399,06. “Precisamos de uma solução”, afirmou o gerente Vinicius.

Unidade é considerada “patinho feio” da INB

A instalação de Caldas é frequentemente apontada por funcionários como a mais negligenciada da estatal. As atividades de mineração de urânio foram interrompidas há décadas, mas o local ainda demanda manutenção constante por causa de áreas contaminadas, estruturas antigas e problemas ambientais sem solução prevista no curto prazo.

Mesmo com essas condições, a unidade segue operando com equipes contratadas e terceirizadas.

Infrações à NR-32 podem gerar multas e interdição

Ao não efetuar o pagamento dos trabalhadores responsáveis pela higienização, a INB deixa de cumprir requisitos essenciais relacionados à higiene ocupacional, conforme determina a Norma Regulamentadora NR-32, que trata da segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde e estabelece regras para prevenir riscos biológicos, químicos e físicos.

Segundo especialistas ouvidos pelo blog, o descumprimento da norma pode resultar em:

  • Multas e autos de infração, que variam entre R$ 2 mil e R$ 200 mil, dependendo da gravidade e reincidência.
  • Interdição da unidade, caso haja risco grave e iminente à saúde dos trabalhadores.
  • Responsabilidade civil, caso ocorram doenças ocupacionais ou intoxicações, o que pode gerar ações judiciais e indenizações.
  • Prejuízos à imagem institucional, com impacto em certificações, auditorias e contratos, além de desmotivação e alta rotatividade de funcionários.

Especialistas reforçam que manter a conformidade com a NR-32 não apenas evita sanções legais e prejuízos financeiros, mas também protege a saúde e a integridade das equipes que trabalham diariamente em ambientes de risco.

Fonte: Blog Tânia Malheiros – Jornalista.

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