Atualizado em 09/12/2023

Um aumento significativo nos casos de pneumonia causada pela bactéria Mycoplasma pneumoniae tem sido observado no norte da China e em países europeus, incluindo Holanda e Dinamarca. A Organização Mundial da Saúde (OMS), em conjunto com dados de órgãos de saúde desses países, alerta para a disseminação desse surto, principalmente entre crianças.

Mycoplasma pneumoniae: Um Patógeno Comum

A Mycoplasma pneumoniae é uma bactéria comum presente globalmente, incluindo o Brasil. Diferenciando-se de outras bactérias, essa infecção se propaga pelo ar, tornando-a altamente contagiosa, similar a vírus respiratórios como influenza e coronavírus.

O médico infectologista Julio Croda destaca que essa bactéria normalmente desencadeia surtos a cada um ou três anos, predominantemente em crianças de 5 a 12 anos. O aumento atual, no entanto, é notável.

Ligação com Reabertura de Escolas e Queda na Vacinação

A OMS atribui o aumento dos casos à reabertura completa das escolas e à diminuição das medidas de isolamento social pós-covid-19. O maior número de crianças sem exposição prévia a vírus e bactérias, juntamente com a queda nas taxas de vacinação, torna essa faixa etária mais suscetível.

Risco no Brasil e Desafios

Segundo Julio Croda, as chances de o surto atingir o Brasil são consideráveis, especialmente com a retomada das aulas e a suscetibilidade das crianças. Contudo, um desafio enfrentado no país é a falta de testagem em massa para identificar o Mycoplasma pneumoniae, dificultando o tratamento adequado e o monitoramento.

Prevenção e Tratamento no Brasil

Apesar dos desafios, Croda destaca que não há motivo para pânico. A Mycoplasma pneumoniae geralmente provoca sintomas gripais leves, sendo tratável com antibióticos quando evolui para pneumonia. O Brasil dispõe de tratamento e testes para detectar a bactéria.

Os sintomas incluem coriza, dor de cabeça, febre e tosse seca, sendo essencial realizar testes para um diagnóstico preciso. O tratamento, semelhante ao de outros agentes gripais, envolve medicamentos sintomáticos, hidratação e, se necessário, antibióticos em casos graves.

Em resumo, a vigilância e o tratamento eficaz são fundamentais para conter potenciais surtos no Brasil, especialmente considerando a situação global atual.

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