Saca de café sobe mais de 100% em 2024 com menor oferta e clima adverso
A safra de café de 2024 trouxe desafios significativos para o setor cafeeiro brasileiro, especialmente em Minas Gerais, maior estado produtor do grão no país.
A combinação de seca prolongada, temperaturas recordes e granizo resultou em uma produção abaixo do esperado, o que impulsionou a valorização do café.
Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra mineira caiu 3,3%, totalizando 28,05 milhões de sacas de 60 quilos – um número inferior às 30,1 milhões de sacas projetadas anteriormente.
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Essa retração na produção, somada a problemas climáticos em outros grandes produtores globais, como Vietnã e Colômbia, fez com que o preço do café disparasse ao longo do ano. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o valor da saca, que em janeiro estava cotado a cerca de R$ 1.000, chegou a R$ 2.155 em dezembro, representando uma alta de quase 115%.
A analista de agronegócio do Sistema Faemg Senar, Ana Carolina Gomes, explicou que o rendimento por hectare caiu 6%, atingindo 25,2 sacas, mesmo com um leve crescimento de 2,9% na área plantada.
“Nos últimos cinco anos, as safras enfrentaram dificuldades climáticas, e em 2024 tivemos grãos menores e uma quebra significativa na produção”, afirmou.
O cenário global também contribuiu para a valorização do grão.
“Além do Brasil, Vietnã e Colômbia tiveram perdas expressivas devido ao clima. Isso influenciou diretamente o preço. No entanto, é importante lembrar que o aumento nos preços não reflete maior lucro para o produtor, já que a produção foi menor”, destacou Ana Carolina.
A projeção para 2025 é de cautela. A seca prolongada deixou marcas nos cafezais, e mesmo com as chuvas de final de ano, os danos já foram feitos.
“A safra de 2025 tende a ser desafiadora, com volume reduzido. Muitas áreas foram podadas e a recuperação levará tempo. As floradas foram vistosas, mas houve alto índice de abortamento, reflexo da sensibilidade das plantas”, acrescentou a analista.
O setor segue atento aos próximos meses, esperando mensurar com mais precisão os impactos na produção e os reflexos no mercado.
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