Programa Amigo Promotor recebe Ricardo Sabino e André Vilas Boas em debate sobre literatura, valores e a gestão municipal
Atualizado em 16/11/2025
Em entrevista, Ricardo Sabino afirma que “a administração está patinando”, enquanto André Vilas Boas avalia que “o prefeito está se afundando cada vez mais”
Da esq. para a dir.: André Vilas Boas, Glaucir Antunes Modesto e Ricardo Sabino. Foto: Sulminas TV.
A edição da última quinta-feira (13) do Programa Amigo Promotor, transmitido ao vivo pela Rádio Estúdio FM 87.9 e pela Sulminas TV, foi marcada por debates sobre literatura, valores, segurança pública e, principalmente, uma avaliação crítica da gestão do prefeito Paulo Ney. Os entrevistados foram o vereador e professor Ricardo Sabino (PL) e o empresário e advogado André Vilas Boas, dirigente do PL. A apresentação ficou por conta do promotor de Justiça Dr. Glaucir Antunes Modesto. O jornalista Felipe Popó não participou do programa devido a problemas de saúde na família.
Ricardo Sabino apresenta seu livro infantil bilíngue
Logo no início, Ricardo Sabino anunciou o lançamento de seu primeiro livro infantil, “A Girafa que Encolheu o Pescoço”, uma obra bilíngue (português e inglês) voltada ao público infantil e pré-adolescente, com foco em virtudes como gratidão, amizade e autoaceitação. O lançamento acontecerá em 27 de novembro, às 19h30, no Colégio Jesus Maria José.
André Vilas Boas destacou que o livro traduz valores pessoais do vereador e serve como ferramenta pedagógica no aprendizado do inglês.
POLÍTICA: Críticas fortes à gestão Paulo Ney
Um dos pontos centrais da edição foi quando Dr. Glaucir pediu ao vereador Ricardo Sabino que avaliasse a administração do prefeito Paulo Ney. A resposta produziu manifestações duras tanto do vereador quanto de André Vilas Boas, dirigente partidário.
Ricardo Sabino: “A administração está patinando”
Ricardo, afirmou que, em seus três mandatos, nunca havia presenciado uma administração tão perdida:
“Estou no meu terceiro mandato e, sinceramente, eu ainda não havia acompanhado uma administração que estivesse patinando desse jeito, tentando acertar e não conseguindo”.
O vereador disse notar excessos de secretários recém-chegados que tentam impor métodos da iniciativa privada à máquina pública sem dialogar com quem realmente executa os serviços.
“Falta humildade. Falta sensibilidade de reconhecer que não se sabe tudo. É preciso ouvir mais quem está na ponta: o servidor que está no chão da escola, do hospital, do PSF, da UPA”.
Para ele, a gestão está desorganizada, com prejuízos claros ao Legislativo e à população.
“O prefeito tem boa vontade, eu reconheço. Mas ele precisa ajustar algumas secretarias. E isso, infelizmente, é um fato.”
Apesar disso, Ricardo afirmou acreditar na boa vontade pessoal do prefeito, mas alertou que seu governo precisa urgentemente de ajustes estruturais e de postura.
André Vilas Boas: “O prefeito está se afundando cada vez mais”
André foi ainda mais incisivo. Em uma fala carregada de frustração, afirmou:
“Eu percebo o prefeito se afundando, se complicando e dificultando a situação. Eu queria ter esperança, mas está cada vez mais difícil.”
Segundo ele, o Executivo não demonstra diálogo verdadeiro, confundindo encontros sociais com “escuta ativa”. André disse que o governo ignora contribuições, não só do PL, mas de quem tenta ajudar:
“Não adianta tomar café. Diálogo é ouvir, refletir e agir. E isso não está acontecendo.”
Para o dirigente, o prefeito está preso num processo de afundamento político contínuo, agravado pela falta de interlocutores experientes ao seu redor.
PL reforça posição de independência e contrapõe discursos de bastidor
Apesar das críticas duras, os dois representantes do PL foram enfáticos:
o partido não pratica o “quanto pior, melhor”.
Ricardo destacou:
“Somos independentes, mas estamos aqui para ajudar a cidade.”
Ambos afirmaram que o Executivo precisa voltar aos trilhos, e que recentemente tentativas de diálogo começaram a surgir — mas ainda de forma tímida e lenta.
Dr. Glaucir, ao comentar, afirmou acreditar que o prefeito pode surpreender caso realmente substitua “conversa” por “diálogo com resolutividade”.
Segurança pública, sistema prisional e o modelo APAC
Em outro momento do programa, a discussão se voltou para a segurança pública e para os desafios enfrentados no sistema prisional brasileiro. Os entrevistados defenderam a necessidade de integração mais efetiva entre todas as forças de segurança, incluindo Polícia Militar, Polícia Civil, Guarda Municipal, Ministério Público, Judiciário e setores de inteligência. Segundo o debate, essa articulação é fundamental para enfrentar furtos, assaltos e o clima de insegurança crescente relatado por moradores.
Foram relembradas experiências comunitárias bem-sucedidas, como a iniciativa promovida anos atrás no Parque Esperança, quando uma parceria entre PM, comércio local e moradores conseguiu reduzir drasticamente ocorrências policiais no bairro durante vários meses. O exemplo foi citado como prova de que soluções locais e organização comunitária podem ter impacto real no cotidiano das regiões.
A conversa evoluiu para o tema do sistema prisional, com críticas às condições degradantes das cadeias tradicionais e à dificuldade de promover ressocialização efetiva. Nesse ponto, tanto Dr. Glaucir quanto os entrevistados destacaram o modelo APAC, apresentado como uma alternativa mais humana, disciplinada e com melhores resultados na recuperação de pessoas privadas de liberdade.
O apresentador também fez menção ao próximo lançamento do livro “Entre Sombras e Palavras”, do professor Davidson Sepini Gonçalves, que registra experiências de leitura, escrita e remissão de pena dentro do presídio — projeto no qual o próprio promotor teve participação durante sua atuação na área de execução penal.
Assistencialismo e mercado de trabalho
Em tom crítico, os entrevistados comentaram a dificuldade de encontrar mão de obra, relatando casos de trabalhadores que recusam registro para não perder benefícios governamentais. Afirmaram que o assistencialismo prolongado reduz dignidade e independência.
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