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Poços de Caldas terá primeiro centro de reciclagem de ímãs de terras raras do Hemisfério Sul

Atualizado em 15/09/2025

Pedra fundamental foi lançada na sexta-feira (12); laboratório deverá entrar em operação no final de 2026, com investimento de R$ 51 milhões e capacidade para processar 30 mil toneladas de material por ano

Poços de Caldas será sede do primeiro laboratório de reciclagem de superímãs de terras raras do Hemisfério Sul. A pedra fundamental foi lançada na última sexta-feira (12) no Distrito Industrial da cidade, em uma área de mais de 2 mil m² cedida pelo município por meio do programa Avança Poços. O empreendimento terá investimento de R$ 51 milhões e previsão de funcionamento para o final de 2026.

Parceria internacional e economia circular

O laboratório é resultado de uma associação entre a mineradora Viridis, que está em processo de licenciamento para exploração de terras raras no Brasil, e a empresa Ionic, que detém tecnologia para a separação de óxidos de terras raras. O processo consiste em reciclar ímãs já utilizados em equipamentos como aparelhos de ressonância magnética, veículos elétricos e aerogeradores.

Segundo Gabriel Longo, diretor de Desenvolvimento de Negócios da Viridion, empresa responsável pelo projeto, o modelo é totalmente voltado para a economia circular:

“Esse ímã vai passar por um processo de separação de todos os elementos de terras raras e conseguimos reaplicar esses óxidos na manufatura de um novo ímã, com alto grau de pureza.”

A expectativa é reciclar mais de 30 toneladas de ímãs por ano, o que deve gerar cerca de 10 toneladas de elementos de terras raras. O material será destinado ao Centro de Inovação e Tecnologia para Ímãs de Terras Raras (CIT SENAI ITR), em Lagoa Santa (MG), considerado o primeiro laboratório-fábrica de ligas e ímãs do tipo no Hemisfério Sul.

Pedra fundamental simboliza marco para desenvolvimento industrial

Na sexta-feira (12), autoridades municipais, representantes das empresas Viridis Mining and Minerals e Ionic Rare Earths, além de lideranças regionais, participaram da cerimônia de lançamento da pedra fundamental da Viridion Rare Earth Technologies, no Distrito Industrial de Poços de Caldas. O ato oficializou o início da implantação do primeiro centro de reciclagem e refino de terras raras do Hemisfério Sul.

O evento foi marcado por discursos que ressaltaram o caráter pioneiro do empreendimento e sua importância para a soberania nacional na cadeia produtiva de ímãs de terras raras. Para simbolizar o início das obras, os funcionários da Viridis Sérgio José da Silva e Laís Ester Moras realizaram o plantio de um ipê-amarelo, árvore que representa força, resiliência e brasilidade.

Aplicações e impactos

Superímãs de terras raras são fundamentais para setores estratégicos, incluindo energia renovável, saúde e transporte. Atualmente, muitos desses materiais acabam descartados em aterros ou enviados para fundições de aço, o que representa perda de recursos valiosos.

Com a nova planta, inclusive, equipamentos do projeto Maglev-Cobra — trem de levitação magnética do Rio de Janeiro — deverão ser processados em Poços de Caldas, garantindo destinação sustentável ao material.

O empreendimento deve gerar 50 empregos diretos e atender toda a América Latina, fortalecendo a cadeia produtiva desses minérios críticos na região.

Potencial mineral da região

A caldeira Vulcânica de Poços de Caldas abrange, além da referida cidade, os municípios de Caldas, Santa Rita de Caldas, Águas da Prata, São Roque da Fartura, Andradas e Águas da Prata. Só é possível identificar as bordas do vulcão em imagens aéreas ou de satélite. Foto: Revista Atua.

Além da reciclagem, o laboratório também servirá como espaço de testes para processos de separação de terras raras da argila iônica extraída da mina que a Viridis planeja implantar em Poços de Caldas.

Segundo o gerente da empresa, Klaus Petersen, a tecnologia usada no laboratório de reciclagem será aplicada também na separação do carbonato de terras raras da mina:

“Na reciclagem de ímãs, temos dois ou três elementos, mais fáceis de separar. No carbonato, são 17 elementos, o que aumenta a complexidade, mas o método é o mesmo.”

A caldeira vulcânica de Poços de Caldas, com cerca de 800 km², é considerada uma das maiores jazidas de terras raras do mundo, com potencial de produzir 300 milhões de toneladas e atender até 20% da demanda global. Além da Viridis, duas mineradoras australianas planejam iniciar operações na região entre 2026 e 2027, com estimativas de garantir pelo menos 20 anos de exploração.

Relevância estratégica

As terras raras são classificadas como minérios críticos e têm ganhado destaque mundial pela importância em áreas como tecnologia, defesa e energia limpa. A exploração desses elementos tem sido alvo de disputas comerciais entre grandes potências como China e Estados Unidos.

Com a chegada do laboratório em Poços de Caldas, o Brasil passa a ocupar posição de destaque no setor, ampliando sua capacidade de atuação em um mercado cada vez mais estratégico e competitivo.

 

 

Fontes: Com informações de Prefeitura de Poços de Caldas e G1.

 

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