Poços de Caldas lidera ranking de endividamento per capita no Sul de Minas
Atualizado em 16/12/2025
Estudo da Unifal compara situação financeira dos municípios com os maiores PIBs da região
Uma pesquisa desenvolvida pela Universidade Federal de Alfenas (Unifal) analisou a situação financeira dos dez municípios com os maiores Produtos Internos Brutos (PIBs) do Sul de Minas e apontou diferenças expressivas no endividamento público por habitante. O levantamento revela que Poços de Caldas lidera o ranking de dívida per capita entre as cidades analisadas.
De acordo com o estudo, Poços de Caldas, apesar de figurar entre os três maiores PIBs da região, apresenta endividamento médio de R$ 2.707 por morador, o maior índice entre os municípios avaliados.
Municípios analisados
A pesquisa considerou as cidades de Extrema, Pouso Alegre, Poços de Caldas, Varginha, Alfenas, Itajubá, Passos, Três Corações, Lavras e Guaxupé, que concentram os maiores volumes de riqueza econômica do Sul de Minas.
Extrema se destaca por apresentar o maior PIB da região, estimado em cerca de R$ 13 bilhões, e, ao mesmo tempo, a menor dívida por habitante. Na sequência aparecem Alfenas, com pouco mais de R$ 1.400 de dívida per capita, e Itajubá, com cerca de R$ 1.000.
Também figuram com valores inferiores aos de Poços de Caldas os municípios de Varginha, Três Corações, Pouso Alegre, Passos, Lavras, Guaxupé e Extrema.
PIB elevado não garante menor dívida
Os dados evidenciam que um Produto Interno Bruto elevado não significa, necessariamente, menor endividamento por morador. O estudo aponta, por exemplo, que Pouso Alegre, segundo maior PIB do Sul de Minas, registra pouco mais de R$ 400 de dívida per capita.
Já Varginha, com PIB estimado em cerca de R$ 8 bilhões, apresenta endividamento próximo de R$ 900 por habitante, demonstrando perfis distintos de gestão fiscal e histórico de investimentos entre municípios de porte econômico semelhante.
Avaliação da dívida pública
Segundo o professor de Finanças Públicas da Unifal e um dos coordenadores da pesquisa, Cláudio Caríssimo, a dívida pública municipal não deve ser analisada de forma isolada.
“O município ter uma dívida alta não necessariamente é uma condição desfavorável, porque a dívida pode decorrer também de investimentos. É o que eles chamam de ‘dívida boa’, porque se o município constrói pontes, hospitais, entre outros equipamentos públicos, ele precisa desse capital de terceiros, o que gera benefícios à população”, explica.
Ainda conforme o professor, a chamada “dívida ruim” ocorre quando os recursos são utilizados para custear despesas correntes, sem retorno estrutural ou duradouro para a sociedade.
Metodologia e objetivos do estudo
O levantamento foi realizado por estudantes dos cursos de Administração Pública, Ciências Contábeis e Ciências Econômicas do campus da Unifal em Varginha, com base em dados do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais, considerando o ano-base de 2024.
Além de analisar o endividamento, a pesquisa busca ampliar a transparência pública e facilitar a compreensão dos dados fiscais, que normalmente são divulgados em valores brutos. A partir do cálculo de indicadores, o estudo permite comparações entre municípios e contribui para que gestores, eleitores e cidadãos avaliem como as finanças públicas estão sendo conduzidas.
Segundo a Unifal, o material será encaminhado às administrações dos municípios analisados e poderá servir como ferramenta de apoio ao planejamento e à tomada de decisões na gestão pública.
Fontes: Com informações de Unifal e G1.
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