Pastora Mel questiona gastos de quase R$ 3 milhões da Prefeitura com aluguéis mesmo após mudança para o Centro Administrativo
Atualizado em 12/11/2025
Vereadora criticou na tribuna a diferença entre o que foi prometido e o que está sendo efetivamente economizado com o Centro Administrativo, e classificou o discurso oficial como “propaganda política”
Durante a sessão ordinária da Câmara Municipal de Poços de Caldas, realizada nesta terça-feira (11), a vereadora Meiriele Cristine Alves Maximino, a Pastora Mel (União Brasil), fez um pronunciamento contra os altos gastos ainda mantidos pela Prefeitura com imóveis alugados, mesmo após a mudança de secretarias para o Centro Administrativo Sebastião Vieira Navarro.
A fala da parlamentar ocorreu após a divulgação da resposta ao Requerimento nº 3399/2025, encaminhada pela Secretaria Municipal de Administração e Gestão de Pessoas (SMAGP), que confirma que o município ainda desembolsa R$ 2.862.680,76 por ano em aluguéis.
Pastora Mel diz que economia anunciada “não fecha a conta”
Em tom de forte crítica e indignação, Pastora Mel afirmou que o projeto do Centro Administrativo, anunciado como símbolo de economia e eficiência, se transformou em propaganda política. A vereadora recordou uma publicação feita no site oficial da Prefeitura, em janeiro de 2025, que destacava que a centralização das secretarias geraria uma economia de R$ 2 milhões por ano.
Segundo ela, os números atuais demonstram que a economia real é de apenas R$ 483,6 mil anuais, o que representa menos de 25% do valor anunciado.
“O discurso de economia virou propaganda. O que foi vendido como grande conquista de gestão revelou-se um gasto milionário e um retorno duvidoso”, afirmou.
A parlamentar destacou ainda que a obra do Centro Administrativo custou mais de R$ 40 milhões aos cofres públicos, e, com base na economia efetiva informada, seriam necessários mais de 80 anos para que o investimento se pagasse.
“Se investiram mais de R$ 40 milhões e a economia é inferior a R$ 500 mil por ano, a conta não fecha e não vai fechar”, disse.
Mel criticou também a manutenção de quase R$ 3 milhões por ano em aluguéis, mesmo após a centralização das secretarias, chamando o valor de “absurdo”.
“O papel desta Casa é fiscalizar, cobrar e revelar a verdade à população, sem maquiagem e sem manipulação de números. A população de Poços de Caldas merece respeito, merece transparência”, afirmou a vereadora.
Encerrando o discurso, Pastora Mel reforçou que não é contra a construção do Centro Administrativo, mas sim a favor da verdade e da boa gestão.
“Governar com responsabilidade é falar a verdade, mesmo quando incomoda. Nós somos contra a má gestão e estaremos sempre ao lado da população de Poços de Caldas”, concluiu.
Números oficiais confirmam gastos milionários
De acordo com a resposta oficial da SMAGP, o total anual de aluguéis pagos antes da mudança era de R$ 3.346.290,96, e após a instalação do Centro Administrativo, caiu para R$ 2.862.680,76, o que representa uma economia de R$ 483.610,20 por ano.
Segundo o documento, a própria Secretaria de Administração reduziu seus gastos de R$ 1.132.005,96 para R$ 805.961,76 anuais, resultando em uma economia direta de R$ 326.044,20.
Por que ainda há imóveis alugados?
O relatório explica que parte das locações é mantida por envolver órgãos descentralizados e convênios com esferas estadual e federal, impossibilitando a devolução imediata dos imóveis. Entre os endereços que seguem alugados estão:
- Ministério da Agricultura – Rua Itabira, 101, Bairro Cristiano Osório;
- PROCON – Rua Pernambuco, 562;
- CEJUS – Rua Minas Gerais, 598;
- Cartório Eleitoral – Rua São Paulo, 653;
- Poços Fácil Empresa e Sala Mineira do Empreendedor – Rua Marechal Deodoro, 345 e 339.
Mudanças concluídas e sem novas devoluções previstas
Segundo a SMAGP, todas as secretarias já foram transferidas para o Centro Administrativo, com exceção do PROCON e da Secretaria de Segurança Pública, que permanecem na área central. A Secretaria de Esportes foi a última a se mudar, no fim de março de 2025, e não há novas devoluções de imóveis previstas para este ano.
Prefeitura alega economia indireta
O documento ressalta ainda que, além da redução direta de despesas, houve ganhos administrativos e operacionais com a unificação das secretarias, como diminuição de deslocamentos, menor uso de veículos oficiais e agilidade nos processos internos. Esses benefícios, segundo o texto, contribuem para a racionalização dos recursos públicos, ainda que não sejam financeiramente mensuráveis.
DADOS RÁPIDOS
- Valor pago antes da mudança: R$ 3.346.290,96/ano
- Valor atual dos aluguéis: R$ 2.862.680,76/ano
- Economia real: R$ 483.610,20/ano
- Custo da obra: mais de R$ 40 milhões
- Última secretaria a mudar: Esportes (março/2025)
- Novas devoluções: não previstas para 2025
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