Pastora Mel defende CPI e critica falta de transparência no DMAE
Atualizado em 05/09/2025
Em entrevista ao programa “Café Interativo”, da Sulminas TV, na última quinta-feira (4), a vereadora Pastora Mel (União Brasil) tratou de assuntos polêmicos e de grande interesse público: a abertura da CPI para investigar a construção do Centro Administrativo e as denúncias sobre supostas irregularidades no pagamento de horas extras no Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE).
Conduzida pelo apresentador Silas Lafaiete, a conversa destacou a atuação do grupo informal de vereadores apelidado de “quarteto fantástico”, formado por ela, Flavinho, Tiago Mafra e Tiago Braz, que vem se firmando como uma frente de fiscalização da administração municipal.
CPI do Centro Administrativo
Questionada sobre a necessidade da Comissão Parlamentar de Inquérito, Pastora Mel defendeu a medida.
“Se não houvesse justificativa, nós não iríamos fazer”, afirmou, ressaltando que o grupo atua com responsabilidade e compromisso com a fiscalização.
Segundo a vereadora, a visita técnica ao local apontou possíveis irregularidades em licitações, medições e uso de materiais, o que motivou a abertura da CPI. Para ela, a comissão é o caminho mais eficaz para reunir documentos e aprofundar as investigações.
“Fiscalização não é só para achar coisas erradas, é também para ver o que está certo”, destacou.
Apesar de reconhecer o risco de a CPI não gerar resultados concretos, como já ocorreu em outras situações, Mel reforçou que se trata do principal instrumento investigativo do Legislativo. Lembrou ainda que o Tribunal de Contas aprovou a licitação, mas que a Câmara precisa apurar outros aspectos, como planejamento e qualidade dos materiais.
Horas extras no DMAE
Outro ponto que ganhou destaque na entrevista foi a denúncia sobre pagamentos irregulares de horas extras no DMAE. Silas Lafaiete apresentou dados de um funcionário com salário de R$ 1.400 que teria recebido R$ 34 mil apenas em horas extras.
Pastora Mel confirmou a denúncia, relatando que casos semelhantes chegaram ao seu gabinete e foram constatados no Portal da Transparência, principalmente a partir de 2019. Segundo ela, a quantidade de horas declaradas seria “impossível humanamente” de ser cumprida, chegando a caracterizar situação próxima de “trabalho escravo”.
O grupo de vereadores questionou o secretário responsável em visita ao departamento e recomendou maior rigor nos registros, sob risco de punição do Tribunal de Contas. Apesar da publicação de uma portaria para restringir as autorizações, Mel criticou a lentidão na solução do problema e a ausência de documentos solicitados, como holerites detalhados. Um novo requerimento já foi protocolado.
“Nós não estamos para prejudicar ninguém, estamos para fazer o nosso trabalho”, disse, frisando que a prefeitura não pode ser tratada como “cozinha do político” e que o dinheiro público deve ser usado com responsabilidade.
Projeto de lei e futuro político
A vereadora também comentou a sanção de seu Projeto de Lei do Conflito de Interesse, que, segundo ela, busca “moralizar a máquina pública” e evitar o uso indevido da estrutura municipal em benefício próprio. A norma proíbe, por exemplo, que um gestor de secretaria acumule funções remuneradas dentro da mesma pasta.
“É uma forma de blindar a administração e combater o famoso ‘jeitinho’”, afirmou.
Sobre uma possível candidatura à prefeitura, Mel preferiu cautela:
“Não é o momento de falar sobre isso”, respondeu, embora não tenha descartado a possibilidade.
A entrevista terminou com a vereadora reafirmando seu compromisso com a fiscalização e destacando a importância de manter diálogo com outros parlamentares e lideranças políticas da região, como os deputados Rodrigo Lopes e Leandro Genaro, que, segundo ela, têm apoiado suas demandas.
Veja o programa na íntegra:
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