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Ordem do Dia 23/07/25

Atualizado em 23/07/2025

Aqueles que criticam o recrudescimento da polarização no Brasil, das divisões internas, podem estar mais certos do que imaginam, aos olhos da história.

Ao compulsarmos o artigo 5 de “Os artigos federalistas” (base teórica da Constituição dos EUA, esse de autoria de John Jay), vemos a discussão do tema da união interna de uma nação.

Jay comenta uma carta da rainha Ana, da Escócia, de 1706, endereçada ao Parlamento daquele país.

A soberana argumentava da necessidade da união com a Inglaterra. Através dessa união, não apenas a paz e a prosperidade seriam alcançadas em seus territórios, mas também força e segurança, diante de seus inimigos.

Ao que Jay acrescenta: “a fraqueza e divisões internas estimulariam ameaças do exterior”. Completando: “nada tenderia a nos proteger melhor que a presença, entre nós, de união, força e um bom governo”. Exatamente o que tem nos faltado, há muito tempo.

Não seria o que ocorre, atualmente, no Brasil? A radicalização das divisões internas não trouxe um país estrangeiro a nos dar ordens? A nos taxar injustamente? A exigir a subserviência de nossas leis e do sistema judiciário?

Os brasileiros que apoiam e se unem a esse país, no caso os EUA, não seriam “traidores da pátria”, aos olhos dessa rainha – e do próprio Jonh Jay?

Ou aos olhos de nós mesmos?

É certo que a figura do Xandão parece sinistra e extravagante, segundo seu ex-colega do STF, Marco Aurélio Mello. E até mesmo tirânica, conforme a visão de seus adversários.

Ainda que isso seja correto, justifica atiçar e se associar a uma potência estrangeira? Trazendo sofrimento, prejuízos e humilhação para milhões de brasileiros? Com o objetivo de livrar um criminoso das garras da Justiça?

Seria bom lembrar que, justamente na Inglaterra, especialmente nos tempos de um certo Rei casamenteiro, Henrique VIII, esse tipo de comportamento, adotado pelos bolsonaristas, era punido com a pena de morte. Sob o argumento de “crime de lesa pátria”. Não havia democracia, então.

Os conservadores bolsonaristas, adeptos de ditaduras e de submissão colonialista, gostariam disso?

 

* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG), Direito Administrativo (UFMG) e Ciência Política (UFMG). E-mail: marcoandere.priusgestao@gmail.com

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