Ordem do Dia 19/08/25
Atualizado em 19/08/2025
Segundo pesquisa divulgada pelo Instituto IPSOS-IPEC, o Papa Leão XIV tem seu pontificado aprovado por 38% dos brasileiros.
Cerca de um terço da população não tem opinião formada e 14% rejeitaram o atual Papa.
Os números são bons e nos levam a uma comparação com o Papa Francisco, que o precedeu.
A popularidade de Francisco, apesar de pronunciada, sofreu alguns percalços no Brasil. Marcados pela politização de algumas de suas posições.
Ainda que de forma menos contundente, Francisco agiu de modo semelhante a Trump.
Enquanto Trump, ostensivamente, apoia Bolsonaro e aliados, Francisco agiu de forma semelhante em relação a Lula.
Considerando que ambos, na qualidade de chefes de Estado, interferiram a favor de delinquentes brasileiros. Cada um a seu modo.
Francisco teria um agravante: seria também líder religioso e condutor de almas. Liderava a Igreja Católica, historicamente guardiã dos valores ocidentais, fiadora de princípios humanitários e referência no processo civilizatório, especialmente na Europa e no Novo Mundo. Não é pouco.
Já Trump não passa de um bufão ridículo e ignorante, preocupado apenas com si mesmo. Sua conduta deletéria é quase compreensível.
Francisco cometeu outro deslize com os brasileiros, ao classificá-los como “cachaceiros”. Nesse caso, remanesce claramente a porção argentina do falecido pontífice, nossa conhecida como arrogante a antipática. Milei que o diga.
Mas já houve presidente argentino, Alberto Fernandez, que nos classicou de selvagens, “vindos das selvas”, enquanto os argentinos seriam descendentes dos “barcos europeus”.
Nesse caso, seríamos orgulhosos tupiniquins, misturados a africanos escravizados. Enquanto Fernandez não passaria de uma besta.
O ato do atual Papa, ao receber refugiados, imigrantes e moradores de rua, oferecendo-lhes uma refeição em Castel Gandoldo é emblemático, nobre e digno de nota.
Novamente, nos leva a comparar o Papa com Trump, que promove a expulsão desse tipo de pessoas, especialmente em Washington, mobilizando a Guarda Nacional, que age como milícia na Capital dos EUA.
Isso sim é ser selvagem.
* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG), Direito Administrativo (UFMG) e Ciência Política (UFMG). E-mail: marcoandere.priusgestao@gmail.com

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