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Ordem do Dia 16/07/25

Atualizado em 16/07/2025

No último sábado, houve o show de despedida da dupla Sá e Guarabira, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte. Este colunista lá esteve.

Ambos se aproximam dos 80 anos de idade, 53 de carreira. E decidiram se separar por “causas naturais”: a idade e a distância. Sá mora em Minas e Guarabira em São Paulo.

Depois deles, como disse o cancioneiro sobre os ídolos, “não apareceu mais ninguém”?

Ou “o novo sempre vem”, conforme disse o mesmo cancioneiro?

Se o novo sempre vem, o que o “novo” representa hoje, culturalmente?

Na noite de sábado, ainda por volta das 20:30 horas, percorri o outrora pulsante centro “nobre” de BH dos anos 1980. Congregando o perímetro do Palácio das Artes: o conservatório de música da UFMG, o Automóvel Clube, os Teatros Marília, Cidade e Francisco Nunes, a antiga sede do Estado de Minas, os diversos cinemas, alguns clássicos grandiosos, a insone Rua Goiás e seus bares e restaurantes, o chique Hotel Del Rey, o Parque Municipal, o indefectível Maleta e a Praça Afonso Arinos, ladeada pela vetusta “Casa de Afonso Pena”, tendo logo acima a sede da Academia Mineira de Letras.

Nessa noite de despedida, ostentavam uma solene e depressiva decadência. Sem a característica agitação e alegria. Sem pessoas indo e vindo. Via-se o vazio dos cemitérios, como se vê no meio da noite.

Cujo paralelo seria a cultura mineira e nacional.

Ambas, às portas da morte lenta. A cavar a própria sepultura. Sem direito a um réquiem sequer.

Eis o “novo” na cultura.

 

* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG), Direito Administrativo (UFMG) e Ciência Política (UFMG). E-mail: marcoandere.priusgestao@gmail.com

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