Atualizado em 12/08/2025

A Coluna do Estadão divulgou uma informação curiosa: Lula teria “desistido” dos evangélicos.

Como assim?

Segundo a citada Coluna, a rejeição dos evangélicos a Lula teria aumentado. Apesar dos esforços de Lula, inclusive fazendo citações bíblicas em seus pronunciamentos, a rejeição subiu de 50 para 55%, entre os evangélicos, segundo pesquisas. Em contrapartida, a adesão ficaria em níveis bem nais baixos. E caindo.

Os números falam por si.

O presidente, inclusive, teria declinado uma oferta do senador Carlos Viana, no sentido de aproximá-lo das denominações Batistas.

Todavia, caberia uma questão: antes de Lula “desistir” dos evangélicos, esses teriam “desistido” de Lula. Qual a razão?

Certamente, devem ter seus motivos.

O que, no perfil de Lula, desagradaria os evangélicos?

Se nos fiarmos nos ensinamentos da obra de Max Weber, “A ética protestante e o espírito do capitalismo”, nas históricas “Teses”, de Martinho Lutero, ou mesmo de Calvino, teremos algumas pistas.

Por exemplo, os protestantes seriam adeptos do trabalho duro, de uma conduta austera e apego à verdade. Lula se enquadraria nessa descrição?

Pelo que se sabe, os protestantes não toleram o deboche, o abuso de bebidas alcoólicas, o desequilíbrio moral, a vida dissoluta e marginal. Lula se enquadraria nessa descrição?

Finalmente, em que pese os inúmeros equívocos políticos, ideológicos e comportamentais das denominações evangélicas, as polêmicas arrecadações de “dízimos”, ou até mesmo seu viés fundamentalista e eventualmente reacionário, caberia uma última pergunta: quem desistiu de quem? E por que?

Poisé…

* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG), Direito Administrativo (UFMG) e Ciência Política (UFMG). E-mail: marcoandere.priusgestao@gmail.com