Atualizado em 04/08/2025

As mais recentes pesquisas do instituto Datafolha informam duas tendências.

No primeiro caso, 55% dos entrevistados são a favor da punição aos amalucados do Dia 8 de janeiro.

Já 35% seriam a favor da anistia aos delinquentes da quebradeira.

No caso da punição ao ex-presidente Bolsonaro, acusado de tentativa de golpe de Estado, haveria um empate técnico: 48% a favor da prisão, 46% contra.

Nesse caso, não estaria em pauta a discussão sobre a atuação traiçoeira, da família e dos aliados de Bolsonaro, contra a economia e a soberania brasileiras.

Há uma evidente diferença entre um e outro posicionamento. Embora o crime atribuído a Bolsonaro, “et caterva”, seja muito mais grave que a quebradeira do Dia 8, há uma menor convicção sobre sua procedência. Mostrando uma inequívoca divisão nas opiniões.

Qual seria a razão?

Parece que diferentes fatores concorrem para essa discrepância.

O primeiro, seria a controvérsia que cerca a reputação do STF, encarregado dos julgamentos. E de seu “xerife” Xandão, perseguido até pelos “cowboys” dos EUA.

O conteúdo ideológico, nesse contexto, não pode ser esquecido: perfis de tipo religioso, que se organizam politicamente como uma seita, estariam envolvidos.

Entretanto, o fator que se sobressai seria a natureza da acusação. E seu corpo de delito.

Para o grande público, organizar e liderar “uma tentativa de golpe de Estado” requer uma abordagem complexa, tanto para sua explicação quanto para uma tentativa de convencimento. São elementos de visualização sofisticada, institucional, formal, legal, etc.

Mas uma quebradeira não deixa dúvidas. O corpo de delito permite uma cognição imediata. Tal como disse o cancioneiro popular: “Tá lá o corpo estendido no chão”.

Não há dúvidas: que venha a vela preta e a tampa do caixão.

A discussão sobre a tentativa de golpe de Estado e de “abolição violenta do Estado de Direito” permite dúvidas, tipificações teóricas divergentes e guerra de narrativas.

Todavia, uma terceira pesquisa foi divulgada pelo mesmo instituto: 61% dos eleitores não votariam no candidato, à Presidência da República, que prometesse perdão, ou indulto, a Bolsonaro. Cerca de 19% votariam. Um dado ainda mais discrepante.

Enquanto isso, apoiadores do ex-presidente dão mostras de seu raciocínio desordenado: usando as cores do Brasil, em manifestação pública, se enrolam na bandeira dos EUA.

O país cujo governo agride o Brasil econômica e politicamente.

A perturbação mental é grande.

Saravá!

* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG), Direito Administrativo (UFMG) e Ciência Política (UFMG). E-mail: marcoandere.priusgestao@gmail.com