OMS inclui canetas emagrecedoras em nova diretriz mundial para tratamento da obesidade
Atualizado em 03/12/2025

A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou nesta segunda-feira sua primeira diretriz oficial sobre o uso de terapias com agonistas de GLP-1 — popularmente conhecidas como canetas emagrecedoras — recomendando que esses medicamentos passem a integrar o tratamento de longo prazo da obesidade. A doença afeta mais de 1 bilhão de pessoas no mundo e é considerada um dos principais desafios globais de saúde pública.
Segundo o documento, os remédios devem ser utilizados exclusivamente por adultos, exceto gestantes, e sempre associados a dieta saudável e prática regular de atividade física, elementos considerados essenciais no cuidado integral da condição.
Medicamentos recomendados e base científica da orientação
A recomendação da OMS contempla semaglutida, tirzepatida e liraglutida, representantes da classe GLP-1, usada inicialmente para controle do diabetes tipo 2 e posteriormente incorporada ao combate à obesidade por sua eficácia na perda de peso.
A nova diretriz reforça que:
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A obesidade deve ser tratada como doença crônica;
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O acompanhamento deve ser contínuo e de longo prazo;
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O medicamento, isoladamente, não resolve o problema global, mas pode ajudar milhões de pessoas a reduzir riscos e complicações associados ao excesso de peso.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que a decisão reconhece a necessidade de tratamento amplo e sustentável, envolvendo mudanças de estilo de vida e acesso garantido aos medicamentos.
Demanda crescente e impacto econômico
A diretriz chega em meio à explosão mundial da procura por esses remédios. Governos de diversos países estudam como incorporar as terapias ao sistema público de saúde devido ao alto custo.
O documento alerta que o impacto econômico da obesidade está aumentando rapidamente e pode chegar a US$ 3 trilhões por ano até 2030, caso não haja intervenção eficaz.
Apesar da expansão da oferta, a OMS estima que menos de 10% das pessoas que poderiam se beneficiar das terapias GLP-1 terão acesso a elas até 2030, reforçando que preços elevados continuam sendo barreira crítica.
Quem poderá usar
As recomendações da OMS se aplicam a:
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Adultos com Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou superior a 30;
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Pacientes que necessitam de tratamento prolongado e acompanhamento médico regular;
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Pessoas que, além do medicamento, estejam inseridas em programas de alimentação balanceada e exercícios.
A OMS anunciou que trabalhará com governos e instituições em 2026 para definir prioridades de acesso, principalmente para grupos com maior risco.
Fonte: EBC.
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