Novo advogado assume defesa de advogada suspeita de homicídio em área rural entre Poços e Caldas
Atualizado em 18/12/2025

A advogada Celma Alves Ferreira, de 54 anos, suspeita de matar o companheiro João Felipe Lopes Gimenes, de 30 anos, com dois disparos de arma de fogo, passou a contar com um novo representante legal. A defesa agora é conduzida pelo advogado criminalista Dr. Lucas Flauzino, que assume o caso em meio ao andamento das investigações.
Segundo o novo defensor, a conduta de Celma teria sido motivada pela necessidade de preservar a própria vida.
“Celma somente agiu dessa forma a fim de preservar sua vida. Caso contrário, seria apenas mais uma mulher assassinada no nosso país, integrando os índices de feminicídio”, afirmou.
O advogado declarou ainda, de forma categórica, que sua cliente agiu em estrita legítima defesa.
Em nota, a defesa informou que Celma Ferreira seria uma “vítima sobrevivente de um longo ciclo de violência doméstica, coação psicológica e extorsão”, supostamente praticados pela vítima fatal. O novo defensor afirmou acompanhar de perto os desdobramentos da apuração, destacando o compromisso de garantir o respeito aos direitos constitucionais da acusada, como a ampla defesa e o contraditório.
O caso
Um homem de 30 anos foi morto a tiros na manhã de segunda-feira (1º de dezembro), na Rua das Torres, no bairro Terras de Santo Antônio, área rural localizada entre Poços de Caldas e Caldas. A Polícia Militar foi acionada via COPOM e, ao chegar ao local, encontrou a vítima já sem vida. O SAMU esteve na ocorrência e confirmou o óbito.
O local apresentava sinais de desordem e danos, indicando a possibilidade de conflito antes do crime. A Perícia Técnica recolheu dois estojos deflagrados e o telefone celular da vítima para análise.
Testemunha relata ameaças e discussão antes dos disparos
Um homem de 55 anos, que prestava serviços na propriedade, relatou à Polícia Militar que a vítima chegou ao local exaltada e fazendo ameaças contra a suspeita. Minutos depois, a mulher teria chegado à residência e, após nova discussão, efetuado dois disparos, possivelmente com uma pistola calibre .380, que atingiram a vítima na região da cabeça. O homem morreu no local.
Ainda segundo a testemunha, após os disparos, a mulher acionou o SAMU e a Polícia Militar, mas deixou a cena informando que se apresentaria posteriormente à Delegacia de Polícia Civil.
Vizinho aponta histórico de conflitos
Moradores da região relataram à polícia que o casal mantinha um histórico de conflitos, incluindo episódios anteriores de ameaças, alguns deles com registros de acionamento da Polícia Militar.
Durante as buscas, a suspeita teria feito contato telefônico com uma testemunha e informado que a arma utilizada já havia sido entregue ao seu advogado. Ela também relatou que mantinha um relacionamento instável com a vítima há cerca de um ano e meio, que o homem fazia uso de medicamentos controlados e bebidas alcoólicas e que a ameaçava em razão de um processo de inventário.
Ainda conforme o relato, no dia anterior ao crime, a vítima teria danificado o portão da propriedade e arremessado pedras, fato que teria sido registrado pela Polícia Militar, embora o homem tenha fugido antes da chegada da viatura.
A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar o caso e informou que, como a suspeita se apresentou de forma espontânea, não houve configuração de flagrante delito. Após prestar depoimento, ela foi liberada.
As investigações prosseguem, com a Polícia Civil aguardando a conclusão dos laudos periciais e de necropsia, além da realização de outras diligências, a fim de esclarecer completamente as circunstâncias do crime.
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