Jornalista José Carlos Polli morre aos 79 anos em Poços de Caldas
Atualizado em 17/06/2025
Faleceu nesta terça-feira (17), aos 79 anos, o jornalista José Carlos Polli, um dos nomes mais tradicionais da imprensa de Poços de Caldas. Nascido em 18 de agosto de 1945, Polli construiu uma trajetória marcada pelo jornalismo opinativo, pelo trabalho gráfico e pela cobertura policial, sendo referência no jornalismo local nas últimas décadas.
O velório acontece nesta terça-feira, das 10h às 12h, no Velório Municipal.
Da tipografia ao jornalismo policial
Natural de Jundiaí (SP), Polli iniciou sua vida profissional aos dez anos de idade, como dobrador e entregador de jornais. Chegou a sonhar em ser padre e tentou carreira na Aeronáutica, mas acabou se dedicando às artes gráficas e à imprensa escrita.
“Desde o tempo da tipografia, tipo por tipo”, relembrou em entrevista concedida anos atrás.
Foi por meio do setor gráfico que descobriu Poços de Caldas, convidado pelo jornalista Luiz Nassif e pelo professor Décio Alves de Moraes. Polli veio para a cidade para trabalhar no Jornal da Mantiqueira, inicialmente no setor gráfico. Com isso, Polli passou a atuar também como redator policial, área pouco explorada na cidade naquele período.
“Como eu era de fora, me perguntaram se eu não queria escrever sobre polícia. Eu falei, ah, tá bom. E acabei virando jornalista depois, profissionalizei tudo, saí da oficina e, mais tarde, até virei dono do jornal”, recordou.
Crítico, independente e defensor da imprensa opinativa
José Carlos Polli sempre defendeu o jornalismo opinativo, acreditando que o profissional da notícia deveria ter posicionamento, responsabilidade e abertura para o contraditório.
“O jornalismo independente é aquele em que você publica opiniões e também dá a sua. Agora, quando alguém demonstra que você errou, tem que aceitar, corrigir e seguir”, afirmava.
Observador atento da política local, Polli mantinha até os últimos anos um blog pessoal, conhecido pelas análises e críticas contundentes. Sobre a mudança nos meios de comunicação com o avanço da internet, reconhecia:
“O jornalismo impresso em Poços perdeu muito do que já foi. Hoje, a imprensa não é a mesma do meu tempo. Mas se justifica, porque a democratização da informação pela internet mudou tudo.”
Reconhecimento e superação
Em 2008, Polli foi agraciado com o título de Cidadão Poços-caldense pela Câmara Municipal de Poços de Caldas, em reconhecimento à contribuição para o jornalismo e a história da cidade.
Na vida pessoal, enfrentou com coragem duas situações delicadas de saúde: uma cirurgia renal e, anos depois, um câncer de intestino. Sempre otimista, reforçava a importância do diagnóstico precoce.
Família e legado
Casado, José Carlos Polli deixa a esposa, duas filhas e muitos amigos.
“Sou apaixonado pela minha esposa. Tenho duas filhas maravilhosas. Não tenho nada para reclamar da vida, só agradecer. Deus me deu muito mais do que talvez merecesse”, disse certa vez.
Além da família, deixa também uma legião de leitores que diariamente acompanhavam seus textos e comentários críticos sobre Poços de Caldas e seus bastidores políticos.
O velório de José Carlos Polli acontece nesta terça-feira (17), das 10h às 12h, no Velório Municipal de Poços de Caldas.
Nota de pesar
A Sulminas TV lamenta profundamente a morte de José Carlos Polli e manifesta os mais sinceros sentimentos a toda a família, amigos e colegas de imprensa pela perda desse importante nome da comunicação Poços-caldense.
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