Floramar alerta Câmara sobre queda de passageiros e pede apoio financeiro para evitar colapso do transporte coletivo em Poços de Caldas
Atualizado em 09/12/2025

A Auto Omnibus Floramar, concessionária responsável pelo transporte coletivo urbano em Poços de Caldas, enviou um ofício ao presidente da Câmara, Douglas Dofu, detalhando o agravamento do desequilíbrio econômico-operacional do sistema e defendendo a aprovação de medidas de subvenção tarifária. O documento, protocolado em 3 de dezembro, reúne dados consolidados até novembro de 2025 e afirma que o cenário atual é “gravíssimo”.
Queda contínua da demanda e aumento das gratuidades
Segundo a concessionária, o número de passageiros equivalentes pagantes segue em queda desde o início da operação, em 2022. Em novembro deste ano, foram registrados 501.434 passageiros equivalentes pagantes, número inferior aos períodos anteriores:
- 2022: 656.822
- 2023: 610.301
- 2024: 547.023
- 2025: 501.434
A empresa afirma que a redução é estrutural, não apenas sazonal, e afeta diretamente a receita. As gratuidades também cresceram e chegaram à média de 315 mil usuários por mês, o que representa cerca de 36% do total transportado.
A Floramar afirma que esse volume de passageiros gratuitos deveria ser custeado pelo Município, conforme determina a Política Nacional de Mobilidade Urbana e a Lei Orgânica do Município. Segundo cálculos apresentados, se as gratuidades fossem pagas pelo poder público, a tarifa técnica cairia de R$ 8,20 para R$ 6,03.
Tarifa atual estaria defasada, aponta empresa
A concessionária destaca que o número de passageiros equivalentes pagantes em 2025 ficou abaixo do previsto nas revisões contratuais, o que impacta o cálculo tarifário. Segundo o documento, a tarifa deveria estar em R$ 7,70, enquanto o valor em vigor é R$ 7,00.
Com isso, a indenização municipal paga para complementar a tarifa — atualmente equivalente a R$ 1,00 por passageiro — estaria subdimensionada. Pelas contas da empresa, o valor correto deveria ser R$ 1,70 por passageiro, para evitar a formação de passivos financeiros.
Custos crescentes e concorrência desregulamentada
A Floramar aponta outros fatores que pressionam o sistema:
- Elevação dos custos operacionais (combustíveis, peças e mão de obra).
- Reoneração gradual da folha de pagamento entre 2025 e 2028, conforme lei federal.
- Concorrência de serviços de transporte não regulamentados, que não transportam gratuidades nem arcam com encargos e impostos.
Segundo o ofício, esses elementos combinados geram risco concreto de aprofundamento do desequilíbrio econômico e podem comprometer a continuidade do serviço.
Investimentos e necessidade de priorização viária
A concessionária informa ter investido em tecnologia, como o aplicativo Floramar Online, que oferece informações em tempo real sobre horários e localização dos veículos.
Por outro lado, afirma que o transporte coletivo perde competitividade devido à falta de políticas públicas como faixas exclusivas, pontos adequados e prioridade viária. A ausência dessas medidas “compromete a eficiência operacional e desestimula o usuário”, diz o ofício.
Empresa defende aprovação de subvenção em tramitação
A Floramar afirma que a subvenção tarifária analisada pelos vereadores é “essencial” para recompor o equilíbrio do contrato e evitar colapso do sistema. Segundo as projeções apresentadas, um aporte mensal de cerca de R$ 2,1 milhões permitiria reduzir a tarifa pública a aproximadamente R$ 5,00, mantendo a receita necessária para o funcionamento do serviço.
Entre os benefícios apontados estão:
- modicidade tarifária;
- custeio das gratuidades;
- preservação da qualidade e continuidade do serviço;
- atendimento à legislação municipal e federal.
Dados comparativos 2024 x 2025 (novembro)
O relatório anexo mostra as seguintes variações:
- Passageiros equivalentes: queda de 8,33%
- Pagantes em dinheiro: queda de 14,13%
- Bilhetagem eletrônica pagante: queda de 6,69%
- Gratuidades: estabilidade (-0,11%)
- Quilometragem rodada: queda de 0,41%
- IPK (Índice de Passageiros por Quilômetro): queda de 7,94%
A empresa conclui pedindo atenção dos vereadores às medidas de financiamento extra tarifário, afirmando que o fortalecimento do transporte coletivo é condição essencial para a mobilidade urbana, a redução de impactos ambientais e a garantia de direitos básicos da população.
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Comentário (1)
Simples façam uma nova CONCORRÊNCIA e não um contrato tampão. Alguma inconveniencia nisso? 🤔🤔🤔🤔