Criança autista de 8 anos é brutalmente agredida com um lápis em escola de Campestre; caso provoca investigação policial
Atualizado em 22/10/2025

Um estudante de 8 anos, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), foi vítima de uma agressão dentro da Escola Municipal de Ensino Fundamental Ana Zenun Messias Vieira, em Campestre (MG).
De acordo com o boletim de ocorrência e o relatório médico, o menino foi ferido após um colega de classe introduzir um lápis em seu ânus, o que causou sangramento e lesões internas.
Mãe afirma que escola foi avisada sobre episódios de bullying
A mãe da criança relatou que foi chamada à escola no dia 13 de outubro, quando informaram que o filho “não estava bem”. Ao chegar em casa, durante o banho, o menino reclamou de dores na região dos glúteos.
Ao verificar o corpo da criança, a mãe percebeu ferimentos e manchas de sangue na roupa íntima.
A vítima foi atendida inicialmente no hospital de Campestre e, posteriormente, transferida ao Hospital Universitário Alzira Velano, em Alfenas, onde os exames confirmaram lesões compatíveis com agressão.
A médica de plantão solicitou encaminhamentos para acompanhamento médico e psicológico, e o Conselho Tutelar acompanha o caso.
A mãe afirma ainda que o filho já vinha sendo alvo de bullying pelo mesmo colega e que a escola foi avisada diversas vezes, mas nenhuma providência efetiva teria sido adotada.
Advogada afirma que escola e município podem ser responsabilizados
A advogada da família, Tatiana da Silveira Reis, informou que os pais do aluno agressor serão responsabilizados na esfera cível.
Ela também afirmou que o município poderá responder por omissão, já que havia denúncias anteriores sobre o comportamento do agressor e ausência de medidas preventivas.
O caso está sob investigação da Polícia Civil e do Conselho Tutelar de Campestre.
Escola e Secretaria de Educação divulgam nota de esclarecimento
Nesta quarta-feira (22), a Secretaria Municipal de Educação, a direção da Escola Ana Zenun Messias Vieira e a Coordenação do Projeto Evoluir divulgaram uma nota de esclarecimento nas redes sociais.
No texto, as instituições afirmam que o caso está em apuração pelos órgãos competentes e que o assunto é “delicado, exigindo responsabilidade e respeito à investigação em curso”.
Segundo a nota, o CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) e outros órgãos foram acionados imediatamente após o conhecimento do caso.
A escola e a Secretaria informam, porém, que
“até o momento, não há comprovação de que o fato tenha ocorrido dentro do ambiente escolar”.
O comunicado também destaca que os alunos não ficam sozinhos em nenhum momento, sendo acompanhados por professoras, cuidadoras e profissionais durante as atividades diárias.
As instituições pedem cautela e respeito às pessoas envolvidas, ressaltando que a disseminação de informações não verificadas pode causar “prejuízos irreparáveis”.
Escola diz promover ações contra o bullying
Na mesma nota, a escola informou que, desde o início do ano, tem realizado projetos e campanhas de conscientização contra o bullying.
Entre as ações citadas estão o Projeto “Carnavalores”, voltado à promoção de valores como respeito, empatia e solidariedade, e o projeto “Todos em Combate ao Bullying”, desenvolvido em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde e aplicado em sala de aula.
A direção reforçou o comprometimento da instituição com a ética, a integridade e a segurança dos alunos, afirmando que seguirá acompanhando o caso
“com base em fatos concretos e no respeito à verdade”.
Veja nota na íntegra:
“NOTA DE ESCLARECIMENTO”
“A Secretaria Municipal de Educação, a direção da Escola Municipal de Ensino Fundamental Ana Zenun Messias Vieira e a Coordenação do Projeto Evooluir, vem a público prestar esclarecimentos sobre uma situação atualmente em apuração por parte dos órgãos competentes, envolvendo alunos da escola.
Trata-se de um fato delicado, que requer atenção, responsabilidade e respeito à investigação em curso. A Secretaria Municipal de Educação, a Direção da Escola Ana Zenum Messias Vieira e o Projeto Evooluir estão totalmente envolvidos no acompanhamento do caso e colaborando com as autoridades competentes. Assim como toda a população, somos os maiores interessados em que os fatos sejam esclarecidos com total transparência, seriedade e justiça.
Ao tomarem conhecimentos dos fatos, a Secretaria Municipal de Educação e a Escola acionou imediatamente o CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) e os demais órgãos competentes, a fim de garantir que todas as medidas legais e necessárias fossem adotadas de forma rápida, responsável e transparente.
Até o momento, não há nenhuma comprovação que sustente as acusações divulgadas e que o suposto fato tenha ocorrido dentro do ámbito escolar.
E importante ressaltar que os alunos, tanto do periodo regular quanto do período integral, não ficam sozinhos em momento algum. Todas as atividades e transições ao longo do dia são acompanhadas de perto por professoras, cuidadoras e demais profissionais da escola, garantindo a segurança, o bem-estar e a supervisão constante dos estudantes.
Reforçamos que é fundamental que o processo siga com cautela, seriedade e respeito às pessoas e instituições envolvidas, evitando a disseminação de informações não verificadas que possam gerar prejuízos irreparáveis.
A Secretaria Municipal de Educação, a Escola Ana Zenun, e o Projeto Evooluir reafirmam seu compromisso com a ética, a integridade e a promoção de um ambiente educacional seguro, inclusivo e de confiança para todos
Desde o início do ano, a Escola Municipal Ana Zenun Messias Vieira tem promovido diversas ações e projetos pedagógicos voltados ao combate ao bullying e à promoção de valores éticos e sociais dentro da instituição. Um exemplo foi o Projeto “Carnavalores”, que teve como foco principal o respeito, a empatia, a solidariedade, a amizade, o amor ao próximo e outros valores essenciais para a convivência saudável no ambiente escolar.
Além disso, foram realizadas palestras em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, bem como o projeto “Todos em Combate ao Bullying”, desenvolvido pela supervisão pedagógica e pelos professores, com atividades aplicadas diretamente em sala de aula. Essas iniciativas reforçam o comprometimento da escola com a formação cidadă e a construção de um ambiente seguro, acolhedor e respeitoso para todos os alunos.
Seguiremos acompanhando atentamente com base em fatos concretos e no respeito à verdade, certos de que o esclarecimento dos fatos trará tranquilidade à comunidade.”
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