Voltar para Notícias

CPMI do INSS convoca dono do Banco Master e governador Romeu Zema

Atualizado em 05/12/2025

 

Comissão aprova quebra de sigilo de Daniel Vorcaro e amplia lista de depoentes

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga irregularidades envolvendo empréstimos consignados para aposentados e pensionistas do INSS aprovou, nesta quinta-feira (4), a convocação do dono do Banco Master, Daniel Bueno Vorcaro, além da quebra de seus sigilos bancário, fiscal e telemático. O colegiado também decidiu convocar o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), em votação marcada por embates entre governistas e oposição.

Sigilos de Vorcaro serão quebrados

Daniel Vorcaro, presidente do Banco Master, está no centro das investigações da CPMI. Segundo a Polícia Federal, ele foi preso — e posteriormente liberado — em uma operação que apura fraudes no mercado financeiro que podem chegar a R$ 12 bilhões.

O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), defendeu a convocação afirmando que o Banco Master figura entre as instituições com maior número de reclamações envolvendo empréstimos consignados direcionados ao público do INSS.

“É necessária a presença dele para esclarecer a atuação da instituição na oferta de produtos financeiros a aposentados e pensionistas, incluindo o crédito consignado, que possam justificar o elevado número de reclamações registradas pela Senacon nos últimos anos”, afirmou o deputado.

A comissão também aprovou o envio do relatório de inteligência financeira do Coaf sobre as movimentações de Vorcaro.

Outros bancos na mira

Além do Banco Master, a CPMI aprovou a convocação de dirigentes de outras instituições com atuação destacada no mercado de consignados: Daycoval, Pan, Agibank e BMG. Por outro lado, foram rejeitados os pedidos para convocar representantes do Santander, Crefisa, C6 Bank e da Zema Financeira.

Convocação de Zema gera embate

A decisão de convocar o governador Romeu Zema provocou protestos de parlamentares da oposição. O pedido foi apresentado pelo deputado Rogério Correia (PT-MG), que alega que a Zema Financeira — empresa ligada à família do governador — foi beneficiada pela Medida Provisória 1.106/2022, editada no governo Jair Bolsonaro, que autorizou a oferta de crédito consignado a beneficiários do então Auxílio Brasil.

Correia afirma que a instituição foi uma das poucas autorizadas pelo Banco Central a operar a modalidade, que permite desconto de até 40% diretamente do benefício social.

Em nota enviada à CPMI, Zema argumentou que não deve ser convocado porque se desligou formalmente da empresa após ser eleito governador, em 2018. Sua defesa declarou que ele não tem participação na gestão e, portanto, nada poderia esclarecer sobre as operações da financeira.

O deputado Rogério Correia rebateu a justificativa, afirmando que, embora afastado da administração, o governador mantém participação acionária. Segundo ele, a distribuição atual de ações da empresa evidencia o controle familiar:

“Ele ainda mantém 16,41% das ações; o pai, Ricardo Zema, tem 51%; o irmão, Romero Zema, mais 16,41%; e a irmã, Luciana Zema, 16,18%. Somados, 100% da família Zema”, afirmou o parlamentar.

A deputada Adriana Ventura (Novo-SP) lamentou a aprovação da convocação, defendendo que Zema estaria disposto a comparecer voluntariamente, caso recebido por convite.

“A gente quer muito que o governador Zema venha pra mostrar como se faz política com transparência, e ele se colocou à disposição para ser convidado a vir aqui”, declarou.

Com as novas convocações, a CPMI amplia o escopo das apurações sobre o mercado de crédito consignado e deve aprofundar a análise sobre possíveis irregularidades que atingem diretamente milhões de beneficiários do INSS.

 

 

Fonte: Com informações de Agência Brasil.

Nossos canais de comunicação:

https://linktr.ee/sulminastv

  

 

Compartilhe este post

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


Voltar para Notícias