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Câmara aprova moção que pede afastamento do diretor-presidente do DMAE

Atualizado em 07/10/2025

A medida foi aprovada por maioria e cobra mais transparência na gestão e no controle de horas extras na autarquia

Após longa discussão na sessão ordinária da Câmara Municipal de Poços de Caldas, nesta terça-feira (7), foi aprovada por maioria a Moção de Apelo nº 72/2025, que solicita ao prefeito Paulo Ney de Castro Júnior o afastamento imediato do diretor-presidente do Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE).

O documento, assinado pelos vereadores Meiriele Cristine Alves Maximino (União Brasil), Tiago Barbosa Mafra (PT), Flávio Togni de Lima e Silva (MDB), Diney Lenon de Paulo (PT) e Marcos Tadeu de Moraes Sala Sansão (PL), aponta uma série de irregularidades na gestão administrativa e financeira da autarquia, especialmente no controle de horas extras e despesas com pessoal.

Horas extras acima do limite e falhas de controle

De acordo com a moção, relatórios obtidos por meio dos Requerimentos nº 1.708/2025 e nº 2.976/2025 revelaram que servidores do DMAE chegaram a registrar mais de 300 horas extras em um único mês, sendo parte delas classificadas como “não autorizadas”.

Em um dos casos, um servidor teria recebido R$ 101.402,52 líquidos até agosto deste ano, valor considerado incompatível com a função pública e com os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Embora a direção do DMAE tenha justificado o alto volume de horas extras pela suposta falta de pessoal, o documento cita dados do Portal da Transparência, que indicam que o departamento possui atualmente 30 servidores a mais em comparação com a gestão anterior — o que, segundo os autores, contraria o argumento de insuficiência de quadro.

Impacto nas finanças municipais

Os vereadores alertam que as despesas da autarquia no último quadrimestre somaram R$ 67,6 milhões, comprometendo o equilíbrio financeiro do município.

Para os parlamentares, a atual administração do DMAE demonstra “baixa efetividade na gestão pública, falhas no controle de jornada de trabalho e no planejamento orçamentário”.

Falta de transparência e uso indevido da LGPD

A moção detambém critica a dificuldade de acesso às informações solicitadas pela Câmara. Segundo o texto, a direção do DMAE teria utilizado a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) de forma “controversa” para restringir o envio de documentos exigidos em processos de fiscalização.

Pedido de substituição e apuração

No encerramento, o documento pede que o prefeito substitua o diretor-presidente do DMAE “para preservar o interesse público, assegurar a transparência e reforçar o compromisso do Município com a ética e a moralidade administrativa”.

Os autores também defendem o prosseguimento das sindicâncias e apurações internas relacionadas à gestão do departamento.

Posição do líder do governo

O vereador Lucas Arruda (Rede), líder do Executivo na Câmara, se absteve do voto e explicou que pretende ouvir o diretor-presidente do DMAE antes de qualquer posicionamento definitivo. Segundo ele, será protocolado um pedido para que o dirigente compareça à próxima sessão ordinária e apresente esclarecimentos sobre as denúncias.

Resultado da votação

A moção foi aprovada por maioria, com 7 votos favoráveis, 1 contrário e 5 abstenções.

Veja como votou cada vereador:

Vereador Partido Voto
Aliff Jimenes PL
Álvaro Cagnani PSDB Abstenção
Diney Lenon PT Sim
Douglas Dofu União Brasil Sim
Flavinho Lima e Silva MDB Sim
Kleber Silva Novo Abstenção
Lucas Arruda Rede Abstenção
Marcos Sansão PL Sim
Marcus Togni Republicanos Não
Neno PRD Abstenção
Pastora Mel União Brasil Sim
Ricardo Sabino PL
Tiago Braz Rede Sim
Tiago Mafra PT Sim
Wellington Paulista PSDB Abstenção

 

 

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